Comissão de Meio Ambiente debate segurança hídrica — Rádio Senado
Audiência Pública

Comissão de Meio Ambiente debate segurança hídrica

A Comissão de Meio Ambiente debateu em audiência pública, nesta terça-feira (18), a segurança hídrica no contexto das mudanças climáticas e da gestão sustentável dos recursos hídricos, em alusão ao Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março. A superintendente de Estudos Hídricos e Socioeconômicos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Ana Paula Fioreze, destacou o crítico cenário hídrico do país, resultado da combinação do aumento da evapotranspiração e a diminuição das chuvas. 

18/03/2025, 18h28 - atualizado em 18/03/2025, 18h35
Duração de áudio: 02:45
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Transcrição
A SEGURANÇA HÍDRICA DO BRASIL DIANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS FOI TEMA DE UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE. O DEBATE SE DÁ FRENTE AO DIA MUNDIAL DA ÁGUA, DIA 22 DESTE MÊS. A REPÓRTER MARINA DANTAS ACOMPANHOU A REUNIÃO E TRAZ MAIS DETALHES: O contexto da segurança hídrica em meio às mudanças climáticas e a gestão sustentável dos recursos do país foram debatidos durante audiência pública realizada na Comissão de Meio Ambiente nesta terça-feira, já que o Dia Mundial da Água é comemorado dia 22 deste mês.  No entendimento da superintendente de Estudos Hídricos e Socioeconômicos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Ana Paula Fioreze, o aumento da temperatura global impacta diretamente o ciclo hidrológico por meio de secas, afeta atividades produtivas, o abastecimento público e até doenças que se alastram pelo meio hídrico.  Ana Paula explica que a disponibilidade hídrica no país, da forma que está hoje, apresenta cenários críticos já para 2040. (Ana Paula Fioreze): "De maneira geral, o país inteiro vai sofrer redução da disponibilidade hídrica. No Nordeste, tem um aumento da aridez, redução da disponibilidade hídrica. Na região Sul, é a única onde você não no generalizado a redução de disponibilidade hídrica. Na região Sudeste, também há um aumento esperado de eventos extremos. Na região Centro-Oeste, um aumento de evaporação muito grande. E na região Norte, também um aumento generalizado de secas, que afeta a navegação, afeta as comunidades ribeirinhas, etc." Dado o cenário que já é realidade no Brasil, a diretora-presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Veronica Sánchez, acredita que são necessárias soluções baseadas na natureza que permitam que as áreas urbanas e rurais sejam mais capazes de receber as chuvas intensas, além de medidas que permitam uma gestão inteligente das águas.  (Veronica Sánchez): "Quando a gente fala de gestão de recursos hídricos, quando a gente fala de um desastre da magnitude do Rio Grande do Sul, quando a gente fala da pior seca no norte do país e nos rios amazônicos, a gente vê que o país inteiro está sendo afetado de formas diferentes e será mais afetado de forma mais frequente, mais recorrente e com maior intensidade nos próximos anos. Quais são as iniciativas que a gente precisa fortalecer? Uma parte é infraestrutura, em alguns lugares são aumento da capacidade de reservação de água. Às vezes são obras para reduzir os impactos de enchentes." A senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, que presidiu a reunião, destacou a importância da atenção para uma agenda ambiental que vive sob uma emergência climática.  (Leila Barros): "É preciso compreender que não haverá segurança hídrica se não nos atentarmos à mudança que ocorre no clima global e local, assim como a degradação e o desmatamento que impactam diretamente nossos mananciais. Todo setor produtivo, seja da cidade ou do campo, tem a responsabilidade de garantir que este bem ainda esteja disponível para as próximas gerações que estão por vir." A senadora destacou o dever do poder público em fortalecer políticas públicas e mecanismos de governança hídrica para garantir que a água seja um direito de todo brasileiro. Sob supervisão de Samara Sadeck, da Rádio Senado, Marina Dantas. 

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