Senado traz exposição "Sapatos Vermelhos - Os Passos que Elas Deixaram de Dar"

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SENADO TRAZ EXPOSIÇÃO "SAPATOS VERMELHOS - OS PASSOS QUE ELAS DEIXARAM DE DAR" SOBRE VÍTIMAS DO FEMINICÍDIO. SENADORA ARGUMENTA QUE O AUMENTO DA PUNIÇÃO AINDA NÃO É O SUFICIENTE PARA ACABAR COM O ASSASSINATO DAS MULHERES EM TODO O PAÍS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Já pode ser visitada no Senado a exposição "Sapatos Vermelhos - os passos que elas deixaram de dar". Dezenas de pares de diferentes modelos de calçados vermelhos, tais como sandálias, tamancos, botas, todos feitos de cerâmica e colocados lado a lado com nomes e idades simbolizam as vítimas de feminicídio em todo o País. A líder da Bancada Feminina, senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, alertou que nos últimos dez anos 12 mil mulheres foram assassinadas pelos próprios companheiros no Brasil. A senadora Margareth Busetti, do PSD de Mato Grosso, responsável por trazer a mostra para Brasília, declarou que a sociedade está doente ao citar que os homens matam suas companheiras porque não aceitam um "não", numa referência ao fim do relacionamento.  Para falar de mulheres que tiveram sua vida arrancada e normalmente pelo seu ex-companheiro. É muito triste, nós estamos doente enquanto sociedade. Nós realmente precisamos fazer uma reflexão e tentar conscientizar. A educação é muito importante, a punição pode ser umaatitude propedêutica e que a gente encontre. Mas a reflexão da sociedade, o que que ela pensa sobre isso? O que que os homens sem entender dois sapatos aqui no chão? Os sapatos vermelhos foram produzidos pela Associação Arte de Vênus, que trabalha com mulheres em situação de vulnerabilidade em São Paulo. A exposição foi inspirada no movimento da artista mexicana Elina Chauvet, que espalhou os calçados nas ruas da Cidade do México em 2020 para chamar atenção das autoridades para o crescimento do feminicídio, após o assassinato da irmã pelo ex-companheiro. Ao explicar o simbolismo da exposição, a vice-presidente da Associação, Soraia Vieira, relatou que algumas das próprias artesãs tiveram dificuldades na elaboração das peças.  Representam justamente os passos que as mulheres não deram e como terminam. O vermelho porque é uma cor da paixão, é a cor do sangue que elas derramaram quando foram vítimas do feminicídio. É muito impactante, mas é tão impactante quanto para as pessoas que fizeram. Quando nós lançamos o projeto em abril do ano passado, das 50 e poucas mulheres que Associação tinha na época, apenas 34 participaram. E dessas 34, algumas acabaram desistindo porque não conseguiam fazer porque também foram em algum momento da vida vítimas de violência doméstica.  A exposição "Sapatos Vermelhos - os passos que elas deixaram de dar" pode ser visitada no Senado até o dia 14 de março. Da Rádio Senado, Hérica Christian.