Taxação de 25% dos EUA sobre aço e alumínio gera reação no Senado
Após o anúncio da taxação de 25% sobre o aço e o alumínio importados pelos Estados Unidos, senadores se manifestaram. Para Carlos Viana (Podemos-MG), o comércio com os EUA não é tão relevante nesse setor. Já o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) lembrou que o presidente norte-americano Donald Trump já tentou taxar os produtos brasileiros em seu primeiro mandato e lamentou que a indústria do aço esteja perdendo um mercado importante.

Transcrição
A DECISÃO DE TAXAR EM 25% A IMPORTAÇÃO DE AÇO E ALUMÍNIO NOS ESTADOS UNIDOS REPERCUTIU ENTRE OS SENADORES.
A MEDIDA DEVE ATINGIR EM CHEIO UM DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO DO BRASIL, JÁ QUE OS NORTE AMERICANOS SÃO OS MAIORES IMPORTADORES DO AÇO BRASILEIRO.
REPÓRTER MARCELLA CUNHA
O decreto do presidente norte-americano, Donald Trump, que impõe tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio que entram no país pode levar à queda de produção, demissão e até mesmo impactar a balança comercial. A medida encarece os produtos importados e afeta diretamente o Brasil, já que os Estados Unidos são o maior comprador do aço brasileiro. A taxação de produtos estrangeiros busca fortalecer a indústria norte-americana e foi uma das promessas de campanha deTrump, que já tentou aplicar tarifas ao aço e alumínio brasileiros no primeiro mandato. Naquele momento o Brasil negociou para amenizar os impactos, e foram criadas cotas para exportações, como lembrou o senador Hamilton Mourão, do Republicanos do Rio Grande do Sul.
Já enfrentamos isto durante o governo do presidente Bolsonaro. Tivemos que negociar, não é? Então é uma tática de negociação, não é? Então é uma tarifa elevada? É. O Brasil tem uma exportação, vamos dizer assim que é importante para os Estados Unidos desses itens. A nossa indústria do aço ela trabalha, abaixo da capacidade dela, é um dos poucos setores no Brasil hoje que tem ainda capacidade para se desenvolver mais, para vender mais e perdendo um mercado, é ruim para ela.
Segundo o departamento do Comércio dos Estados Unidos, cerca de 25% do aço e 50% do alumínio utilizados no país são importados. Em 2024, apenas o Canadá superou o Brasil na venda de aço aos norte-americanos. O maior estado produtor é Minas Gerais, com 30% da produção nacional. Mas para o senador, Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, esse é um momento de negociação, e a taxação não é definitiva.
O comércio com os norte americanos está em quarto, quinto lugar na balança brasileira. Ou seja, já não tem uma importância tão grande para a economia do nosso país.Somos independentes em vários aspectos, mas naturalmente que senta-se a mesa com os os representantes dos Estados Unidos é interessante para o país em toda e qualquer situação. Mas a meu ver, não é uma decisão definitiva por parte deles, pode ser revertida.
O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas nacionais, publicou uma nota defendendo o diálogo e a maunteçao do acordo de cotas de exportação estabelecido em 2018. Da Rádio Senado, Marcella Cunha