Comissão de Meio Ambiente debate a conservação de Águas Emendadas

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A COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DISCUTIU A IMPORTÂNCIA E OS DESAFIOS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA ÁGUAS EMENDADAS. UM DOS TÓPICOS DISCUTIDOS FOI A VISITAÇÃO PÚBLICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL. REPÓRTER CESAR MENDES: Distante 50 km da capital do país e gerida pelo Instituto Brasíla Ambiental, a Estação Ecológica Águas Emendadas possui nascentes formadoras de duas das maiores bacias hidrográficas do continente: Tocantins/Araguaia e Bacia do Prata. Mesmo com visitação controlada, sociedade civil e pesquisadores vêm alertando que a poluição por agrotóxicos e produtos químicos, a expansão urbana desordenada no entorno e a ocorrência de incêndios florestais ameaçam o ecossistema, razão do debate na Comissão de Meio Ambiente, pedido pela senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal. Pedro de Castro e Menezes, do Ministério do Meio Ambiente, reconheceu que a expansão imobiliária desafia o planejamento e a conectividade de unidades de conservação e defendeu que Águas Emendadas seja aberta à visitação: (Pedro de Castro da Cunha e Menezes) ''A gente entende, no Ministério do Meio Ambiente, que não é possível avançar na conservação sem o apoio da população; e o apoio da população significa visitação.'' Mas para Muna Youssef, do Fórum de Defesa das Águas do Distrito Federal, é preciso tratar de outros aspectos antes de permitir a visitação em Águas Emendadas: (Muna Youssef) ''Da noite para o dia tem nascido nessa região e muito próximo a Águas Emendadas, grandes projetos: Grandes atacadões, propostas de condomínio que vão impactar margens de córregos, duplicação de rodovias; eu entendo que a visitação é um meio óbvio das pessoas se aproximarem e gostarem, mas antes disso a gente precisa ordenar a ocupação do entorno.'' A secretária de Meio Ambiente do Distrito Federal, Elisa Meirelles, garantiu que acompanha o impacto das atividades do entorno em Águas Emendadas, mas revelou que faltam recursos para esse monitoramento; e Marcela Versiani, do Instituto Brasília Ambiental, disse que Águas Emendadas é prioridade entre as 82 unidades de conservação administradas pelo instituto: (Marcela Versiani) ''Nós conseguimos regulamentar os planos de manejo integrado do fogo então, especificamente na Estação Ecológica Águas Emendadas com certeza vai ser o nosso primeiro, é a nossa menina dos olhos, é a nossa prioridade.'' Representante do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a arquiteta e urbanista Angelina Nardelli lembrou que a relevância da ''vereda que verte águas para o Norte e o Sul do país'' foi apontada já no século XIX pela Missão Cruls, que definiu o local da futura capital federal; e disse que debater a importância de Águas Emendadas gera perplexidade para ela, que recorreu aos versos do poeta Nicolas Behr para lançar um alerta sobre a destruição do Cerrado: (Angelina Nardelli) ''Os fazedores de deserto se aproximam e o Cerrado se despede da paisagem brasileira. Uma casca envolve o meu coração.'' Luiz Felipe Vitteli, do grupo Guardiães de Águas Emendadas, defendeu a preservação de todas as áreas de Cerrado nativo ainda existentes no Distrito Federal; e a senadora Leila Barros anunciou que vai propor a criação, no ano que vem, de uma subcomissão para tratar especificamente do bioma Cerrado e disse que pretende presidir o colegiado: (senadora Leila Barros) ''Com a mesma atenção que tem sido tratados os outros biomas aqui dentro dessa comissão, nós vamos pegar a frente agora do bioma Cerrado. Esse é o meu compromisso." Leila Barros disse, ainda, que é fundamental que a temática ambiental seja tratada com mais atenção nos debates sobre o orçamento, assegurando, assim, os recursos para a conservação de todos os biomas do país. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.