Ministra da Saúde fala sobre vapes, vício em bets e ações da pasta em 2024
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou, nesta quarta-feira (11), de uma audiência pública conjunta das comissões de Direitos Humanos (CDH) e de Assuntos Sociais (CAS). Ela detalhou as ações do governo na área de saúde, em 2024. Os senadores cobraram enfrentamento para o vício em apostas online, conhecidas como bets, e o uso de cigarros eletrônicos.
Transcrição
OS COMBATES AO CIGARRO ELETRÔNICO E AO VÍCIO EM BETS FORAM TEMAS ABORDADOS POR DIVERSOS SENADORES EM UMA AUDIÊNCIA COM A MINISTRA DA SAÚDE, NÍSIA TRINDADE, NESTA QUARTA-FEIRA.
ELA FEZ UM BALANÇO DAS AÇÕES DA PASTA EM 2024 E CITOU AVANÇOS NA COBERTURA VACINAL COMO UM DOS RESULTADOS POSITIVOS DO ANO. REPÓRTER MARCELLA CUNHA:
Em reunião conjunta das comissões de Direitos Humanos e de Assuntos Sociais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, detalhou as ações da pasta em 2024. Ela citou como desafios deste ano as respostas hospitalares a emergências climáticas como as enchentes no sul e secas e queimadas no Norte e Centro-Oeste. A ministra também mencionou o combate à desinformação, com mais de 100 milhões de conteúdos analisados em um ano, para frear narrativas contra vacinas e receitas de “detox vacinal”. Nísia confirmou que o Brasil deve atingir a meta de 95% de vacinados em 2024, e recuperou o certificado de Livre do Sarampo, que havia perdido em 2019. O Governo também investiu no programa 'Mais Acesso a Especialistas', que busca reduzir o tempo de espera com oferta de tratamento integrado e uma fila única. Foram, ainda, criados 13 centros de referência para o tratamento de Doenças Raras, mas o senador Flávio Arns, do PSB do Paraná, defendeu mais articulação no atendimento dos casos, que atingem mais de 15 milhões de brasileiros. Já o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, que foi ministro da Saúde, pediu que sejam intensificadas as campanhas contra o cigarro eletrônico:
( sen. Humberto Costa) "A indústria do tabaco a mais nociva da face da terra, faz todos seus esforços com seus lobbies para a gente aprovar esse tipo de coisas. Mas não basta somente impedir a legalização, porque o que está acontecendo é um crescimento significativo, entre os jovens, do consumo. O que o ministério está pensando fazer para esclarecer esses jovens quanto aos danos?"
Segundo Nísia Trindande, o Governo está promovendo uma campanha junto com o Instituto Nacional do Câncer para esclarecer a população de que os cigarros eletrônicos fazem mais mal à saúde do que o cigarro convencional, por conta de aditivos e do teor de nicotina. Diversos senadores também cobraram do Ministério campanhas de conscietização sobre o vício nas chamadas bets, alertando a população sobre o risco de adoecimento mental, suicídio e desestruturação familiar. Enquanto a ministra sugeriu uma campanha para convencer a população de que bets fazem mal à saúde, o senador Flávio Arns sugeriu que a publicidade das bets seja proibida:
(sen. Flávio Arns) "Pelo menos, nesse momento, proibir todo e qualquer tipo de propaganda, isso a gente faz com cigarro, não pode ter propaganda na televisão, nem no rádio, nem na camisa. Nós não temos malboro em camisa. Seria um caminho pelo menos de imediato que a gente poderia talvez já propor dentro do Senado porque há um clima dentro do Senado a favor de iniciativas mais duras, porque a bet no fundo é o cassino dentro de casa."
A ministra da Saúde informou que o vício em bets será tema da Pesquisa Nacional de Saúde, promovida plo IBGE, em 2025. Líder da bancada feminina, a senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, aproveitou a presença da ministra para pedir a ampliação do acesso ao DIU e do Programa Dignidade Menstrual, que oferece absorventes para pessoas de baixa renda. Já a senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, lamentou o alto índice de mortes entre os Yanomami, que sofrem especialmente com a malária e a desnutrição. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.