Subfinanciamento de campanhas prejudica candidaturas de mulheres e negros — Rádio Senado
Audiência Pública

Subfinanciamento de campanhas prejudica candidaturas de mulheres e negros

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) promoveu uma audiência pública nesta quinta-feira (28) para fazer um balanço das eleições municipais sob a ótica de gênero e raça. Estiveram presentes diversas mulheres e representantes de organizações. O presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), defendeu melhores estratégias, inclusive de financiamento de campanhas, para promover maior diversidade no Executivo e no Legislativo dos municípios.

28/11/2024, 20h13 - ATUALIZADO EM 28/11/2024, 20h13
Duração de áudio: 02:22
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
APESAR DO CRESCIMENTO NO NÚMERO DE NEGROS E DE MULHERES CONCORRENDO ÀS ELEIÇÕES, ESSES DOIS GRUPOS PERMANECERAM SUBREPRESENTADOS ENTRE OS PREFEITOS E VEREADORES ELEITOS EM 2024. UM DEBATE NO SENADO APONTOU, ENTRE AS MAIORES DIFICULDADES ENFRENTADAS POR ESSAS CANDIDATURAS, A FALTA DE FINANCIAMENTO E A VIOLÊNCIA POLÍTICA. REPÓRTER JÚLIA LOPES: Mulheres são apenas 13,2% das prefeitas e 18,2% das vereadoras que tomarão posse em 2025. Na perspectiva de raça, homens brancos ocuparão 57,1% das prefeituras e apenas 4,4% delas serão comandadas por mulheres pardas ou pretas. No debate da Comissão de Direitos Humanos do Senado, a representante da "Tenda das Candidatas", Munah Malek, citou o subfinanciamento de campanhas, a violência política e a divisão sexual e racial do trabalho, entre os obstáculos a serem vencidos para mudar esse cenário:  (Munah Malek) "Esse é um fato para o qual toda a sociedade e, sobretudo, os partidos políticos e as organizações da sociedade civil precisam lançar seus olhares. Essas mulheres não podem simplesmente serem abandonadas após o pleito. É preciso que continue sendo engajadas, impulsionadas e apoiadas também no pós-eleições." Richelle Costa, representante da organização Mulheres Negras Decidem, comentou que, embora as candidaturas de mulheres negras estejam aumentando, a falta de condições justas de participação ainda impede uma maior representatividade:  (Richelle Costa - Mulheres Negras Decidem) "Uma mulher branca é eleita a cada 10 candidatas, uma mulher negra é eleita a cada 26 candidatas. Há um aumento progressivo nas candidaturas de mulheres negras. Ainda que a gente esteja se candidatando mais e colocando os nomes nos pleitos, a falta de garantias, de participação justa tem uma ligação muito direta a essa não eleição. Porque para eleger mais mulheres negras é fundamental garantir seu acesso a condições." Também participaram da audiência, Maria José de Souza Silva, liderança quilombola;  Amanda Brito, da Organização Plataforma 72 Horas; Pérola Sampaio, da Associação de Juristas pela Democracia e do Movimento Pretistas; Juliana Araújo, da Organização Vote LGBT; e Luana Santos, liderança política do município de Balneário Camboriú, Santa Catarina. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Júlia Lopes. 

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