Relatora da CPMI do 8 de Janeiro avalia que investigações podem reforçar denúncia contra autoridades
A relatora da CPMI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), declarou que o pedido da Polícia Federal de indiciamento do ex-presidente Bolsonaro, ex-ministros, militares e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, reforça as conclusões da comissão sobre o envolvimento deles nos ataques do ano passado. A PF acusa 37 pessoas dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Elizane destacou que 11 nomes do inquérito da PF aparecem no relatório final da CPMI. Já o senador Izalci Lucas (PL-DF) questiona a isenção do ministro Alexandre de Moraes na condução do inquérito. Caberá ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir se denuncia os indiciados pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal.

Transcrição
A RELATORA DA EXTINTA CPMI DO 8 DE JANEIRO AVALIA QUE INVESTIGAÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL PODEM REFORÇAR EVENTUAL DENÚNCIA CONTRA BOLSONARO E MILITARES JÁ INDICIADOS PELA POLÍCIA FEDERAL.
ALIADOS DO EX-PRESIDENTE QUESTIONAM ISENÇÃO DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RESPONSÁVEL PELO INQUÉRITO. DA RÁDIO SENADO, HÉRICA CHRISTIAN.
Instalada em maio do ano passado, a CPMI do 8 de Janeiro concluiu as investigações em novembro do ano passado apontando o suposto envolvimento do ex-presidente Bolsonaro e de militares nos ataques às sedes dos três Poderes em Brasília em janeiro de 2023. A relatora da comissão, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, apontou que o inquérito da Polícia Federal reforça as conclusões da CPMI. Nessa última quinta-feira, a PF pediu o indiciamento de 37 pessoas, entre elas, o ex-presidente Bolsonaro, ex-ministros, militares e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Eliziane Gama destacou que esses nomes estavam no relatório final da CPMI já entregue ao STF e à Procuradoria-Geral da República.
O que nos evidencia de forma muito clara que a comissão estava no caminho certo, ela foi certeira, teve uma investigação muito aprofundada e trouxe elementos fundamentais para o que nós estamos acompanhando hoje. Tanto que dos 37 indiciados, 11 constam nas três linhas que nós adotamos na CPI: que foi o braço político, que foi o envolvimento de militares de alta patente, iclusive das Forças Armadas, e ao mesmo tempo também o envolvimento dos financiadores.
Já o senador Izalci Lucas, do PL do Distrito Federal, que também participou da CPMI do 8 de Janeiro, questiona a isenção do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, na condução do inquérito. E lembrou que as pessoas condenadas pelo 8 de janeiro não podem recorrer da sentença.
Acho que toda denúncia tem que ser investigada, agora não pode a pessoa que é vítima também conduzir o processo e julgar. Isso é um absurdo. E essas questões têm que ser analisadas por outras pessoas que são independentes, pessoas que não têm vínculo. Esse é o mesmo cara está acontecendo agora com relação ao 8 de Janeiro. As pessoas que deveriam estar na primeira instância estão aí no Supremo. Vão recorrer para quem? Tem que ter garantido o direito amplo de defesa. Não dá para fazer dessa forma.
O inquérito da Polícia Federal com 800 páginas já foi enviado para a Procuradoria-Geral da República. Caberá ao procurador Paulo Gonet decidir se aceita ou não os pedidos de indiciamento e apresenta a denúncia contra o ex-presidente Bolsonaro e integrantes do seu governo ao STF. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

