Estande do Senado debate escrita feminina na Feira do Livro de Porto Alegre — Rádio Senado
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Estande do Senado debate escrita feminina na Feira do Livro de Porto Alegre

O estande da Livraria do Senado na Feira do Livro de Porto Alegre foi palco de um debate sobre a trajetória da escrita feminina ao longo da história. A discussão teve como objetivo destacar e divulgar a série Escritoras do Brasil, que está prestes a lançar seu 12º volume. Essa coleção busca resgatar obras de elevado valor literário, escritas por mulheres cujos trabalhos foram negligenciados ou esquecidos ao longo dos séculos.

18/11/2024, 11h20 - atualizado em 18/11/2024, 11h24
Duração de áudio: 02:12
Foto: Abelardo Mendes Jr./Livraria do Senado

Transcrição
O PAPEL DA ESCRITA FEMININA AO LONGO DA HISTÓRIA FOI TEMA DE UMA DEBATE PROMOVIDO PELO ESTANDE DO SENADO NA FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE. A DISCUSSÃO FOI PROPOSTA PARA DIVULGAR A COLEÇÃO “ESCRITORAS DO BRASIL”, QUE LANÇARÁ EM BREVE SEU DÉCIMO-SEGUNDO VOLUME. REPÓRTER MAURÍCIO DE SANTI: Os nomes das mulheres autoras da coleção “Escritoras do Brasil” são desconhecidos da maioria dos leitores. E sabe o porquê disso? É que esses nomes foram propositadamente ocultados, colocados no obscurantismo. Foram esquecidos ao longo da história simplesmente por serem mulheres. E essa coleção do Senado tem o papel de resgatar essas escritoras. Mas não é uma tarefa fácil. Muitas escreveram usando pseudônimos, inclusive  nomes masculinos. Só assim conseguiam dar visibilidade às suas obras. É o que explica Osmar Arouk, coordenador da Biblioteca do Senado: Você vê o estranhamento no rosto das pessoas, muitas vezes pessoas que gostam de literatura brasileira. Mas você percebe, é aquela angústia de não saber, de não reconhecer aqueles nomes, que poderiam ser familiares, mas não são. Então, nesse estranhamento você percebe o quanto essas mulheres foram silenciadas, invisibilizadas pelo cânone literário que é de caráter patriarcal.   Stella Maria Vaz, bibliotecária e coordenadora do Comitê de Gênero e Raça do Senado, esclarece que a vida das escritoras não era nada fácil, mas era ainda mais difícil para as autoras negras: Se as mulheres brancas que tinha acesso à educação precisavam se esconder, colocar pseudônimo, imagine a aceitação de uma mulher negra? Então são muitas lutas, muitas barreiras para superar, no sentido de ter acesso à educação formal, de ter acesso à escrita, e ainda ter essa parte da aceitação da sua escrita, até de seu conhecimento, elas sequer eram consideradas dotadas da capacidade de pensar. O último volume da séria Escritoras do Brasil, lançado em 2024, é “Aventuras de Diófanes”, de Theresa Margarida da Silva e Orta, publicado em 1752. Em breve, será lançado o décimo-segundo volume que é uma coletânea de textos de Maria do Carmo de Mello Rego. Todos os livros da série podem ser adquiridos a preço de custo, com frete gratuito, no site livraria.senado.leg.br. Da Rádio Senado, Maurício de Santi.

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