Indicações de seis embaixadores seguem para votação em Plenário
A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou nesta quarta-feira (13) seis indicações para assumir sete embaixadas brasileiras no exterior: os diplomatas Gilda Neves, para a Turquia; Carlos Ceglia para a Geórgia; Felipe Santarosa, para o Suriname; Maria Izabel Vieira para a Eslovênia; Miguel Franco para o Gabão; e Daniella Cesar para os cargos de embaixadora no Senegal e na Gâmbia. Os nomes seguem para apreciação do plenário, onde precisam ser ratificados.
Transcrição
SEIS EMBAIXADORES FORAM SABATINADOS NESTA QUARTA-FEIRA PELA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES.
AGORA, O PLENÁRIO PRECISA CONFIRMAR AS INDICAÇÕES PARA A TURQUIA, SURINAME, ESLOVÊNIA, GABÃO, SENEGAL, GÂMBIA, E GEÓRGIA.
REPÓRTER MARCELLA CUNHA:
A Comissão de Relações Exteriores aprovou seis indicações para assumir a representação do governo brasileiro no exterior. A diplomata Gilda Neves, indicada para ser a nova embaixadora na Turquia, enfatizou o potencial de diversificação das exportações brasileiras, não apenas de produtos tradicionais, mas explorando novos mercados, como o de carne processada e a aviação. Ela também sugeriu o turismo como uma área de cooperação ainda não totalmente desenvolvida. Já o senador Esperidião Amin, do Progressistas de Santa Catarina, acredita que o Brasil pode se beneficiar da experiência da Turquia em lidar com conflitos geopolíticos, considerando sua posição entre a Rússia e a Ucrânia:
(sen. Esperidião Amin) "A Turquia tem tido uma posição de muito equilíbrio em relação à guerra entre Ucrânia e Rússia. Isso é particularmente importante para nos ensinar, se nós rememorarmos que a Turquia foi parceira da Inglaterra e da França na Guerra da Crimeia, em 1845 - até 1855. Foi uma guerra muito grave na época, em termos de duração, de extensão, de perda de vidas humanas. E essa lição de diálogo múltiplo, eu acho que fará bem ao Brasil, quando a senhora trocar essas experiências com o Itamaraty."
A diplomata Maria Izabel Vieira foi a indicada para exercer o cargo de Embaixadora do Brasil na República da Eslovênia. E ressaltou que o país tem a localização ideal no Mar Adriático para se tornar a porta de entrada na Europa para o hidrogênio verde brasileiro. Já o indicado para o Gabão, o diplomata Miguel Franco destacou que o petróleo é a base da economia gabonesa, representando cerca de 43% do PIB. O Gabão tem ainda 85% da sua área coberta por floresta, o que torna o país um ator-chave em discussões sobre sustentabilidade e possibilita iniciativas conjuntas com o Brasil e a preservação da Amazônia. A diplomata Daniella Cesar foi indicada para assumir duas embaixadas: a do Senegal, que acaba de confirmar ao G20 sua adesão à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza; e a da Gâmbia, onde prevê projetos de cooperação agrícola de unidades agro-silvopastoris. Ao defender o acúmulo dos dois postos, Daniella reforçou a contribuição da diáspora africana na formação social do Brasil:
(diplomata Daniella Cesar) "Da região da Senegâmbia teriam partido cerca de 6 milhões, dos quais 40% podem ter tido o Brasil como destino. Hoje, essa relação representa uma enorme riqueza cultural e social. O Brasil abriga a maior diáspora africana nas Américas, é reconhecido pela União Africana como a sexta região do continente. E aqui eu não falo apenas de soft power. Essa relação privilegiada tem substrato econômico se nós considerarmos o potencial dela para o turismo, para a cooperação acadêmica, científica e editorial, além das oportunidades que oferecem para a indústria criativa."
Sobre sua indicação para a Embaixada na Geórgia, no extremo leste europeu, Carlos Ceglia frisou que o país implementou políticas eficazes de gestão e inovação, servindo de exemplo para outras regiões interessadas em dinamizar suas economias e atrair nvos negócios. Desde a independência da União Soviética, em 1991, o país tem buscado equilibrar suas relações entre o Ocidente e a Rússia, que mantém presença militar em regiões separatistas, sendo consideradas ocupações ilegais por grande parte da comunidade internacional. Por fim, Felipe Santarosa foi o indicado para assumir a embaixada no Suriname e sublinhou que o país vive atualmente um momento de reaproximação diplomática com o Brasil, e que a recente descoberta de reservas de petróleo e gás no território surinamês amplia as possibilidades de cooperação bilateral. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.