Parlamentares destacam importância do diálogo para solução de problemas globais

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NO ENCERRAMENTO DA DÉCIMA CÚPULA DE PRESIDENTES DE PARLAMENTOS DOS PAÍSES DO G20, OS PARTICIPANTES REFORÇARAM A IMPORTÂNCIA DA DIPLOMACIA PARLAMENTAR. FOI APROVADA UMA DECLARAÇÃO CONJUNTA QUE SERÁ ENTREGUE AOS GOVERNANTES DO G20, NO RIO DE JANEIRO, SOBRE OS PRINCIPAIS PONTOS E DESAFIOS GLOBAIS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA: A 10ª Cúpula de Presidentes de Parlamentos dos países do G20 foi encerrada nesta sexta-feira. Com o tema "Parlamentos por um mundo justo e um planeta sustentável", o encontro reuniu 23 países sendo 15 deles do G20 e oito países convidados. Também participaram cinco oganismos internacionais: União Interparlamentar, Parlamento Mercosul, Parlamericas, ONU e ONU Mulher. No encerramento, foi adotada uma declaração conjunta que será entregue aos governantes dos países que vão participar do G20 nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. Essa declaração não tem força de lei, mas servirá como um norte para as discussões entre os governantes e tem como principal foco o combate à desigualdade com desenvolvimento sustentável. Os acordos que forem estabelecidos precisarão ser aprovados e homologados pelo Parlamento de cada país. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não participou da sessão de encerramento em razão do falecimento de seu pai, Helio Cota Pacheco, na madrugada desta sexta-feira, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. O presidente da Câmara, Arthur Lira, fez um discurso agradecendo o espírito construtivo de todos os envolvidos, mesmo em relação a temas mais complexos. Ele citou questões de natureza geopolítica, envolvendo Rússia e Ucrânia e a situação no Oriente Médio, em especial a questão de Gaza e Líbano, que dividiu a opinião dos participante se o P20 seria o foro mais adequado para serem abordadas: (Arthur Lira - presidente da Câmara dos Deputados BR) "Como representantes dos seus povos, os parlamentos devem aumentar sua mobilização em torno de acordos internacionais direcionados à paz. Embora tenham sido expressadas diferentes visões durante esta Cúpula, o P20 deve fortalecer sua capacidade para ser realmente  uma plataforma robusta e inclusiva, sob o princípio do consenso." A Argentina foi o único país que não assinou a declaração conjunta final. A vice-presidente do Parlamento sul-africano, Annelie Lotriet, recebeu simbolicamente a presidência do P20, já que a África do Sul é o país que vai sediar o G20 em 2025. O evento acontecerá pela primeira vez no continente africano e terá como tema "Promover a solidariedade, a igualdade e o desenvolvimento sustentável". Ao ressaltar a importância desse momento histórico, Annelie Lotriet levantou a necessidade de planos climáticos corajosos e o crescimento econômico para o benefício de todos: (Annelie Lotriet - vice-presidente do Parlamento sul-africano) "A África do Sul continua defendendo as necessidades e aspirações da África e do Sul Global. Estamos resolutos em nossas instituições formais buscando ter mais representatividade e dar respostas às questões do mundo em desenvolvimento." Já a presidente da União Interparlamentar, Tulia Ackson, destacou que é preciso solidariedade, coragem e vontade política para construir um futuro mais sustentável. E agradeceu ao Parlamento brasileiro pela iniciativa inédita de uma reunião preparatória para parlamentares mulheres, que aconteceu em julho, em Maceió, e cujas recomendações fazem parte da "Carta de Alagoas", incorporada à Declaração Final da reunião: (Tulia Ackson - presidente da União Interparlamentar) "A 10ª Cúpula, em Brasília, deve ter posto os povos e, especialmente, as mulheres do mundo, no centro da nossa atenção. Nós todos concordamos que temos que avançar em igualdade de gênero como precondicação do crescimento sustentável. As recomendações da primeira reunião de parlamentares mulheres, em Maceió, devem ser uma uma referência do trabalho nessa frente." A partir deste ano, as reuniões do P20 serão iniciadas pelo Fórum de Mulheres Parlamentares. Antes da sessão de encerramento, houve uma reunião de trabalho sobre a governança global adaptada aos desafios do seculo 21, tema que foi incluído por iniciativa do Brasil, para tratar de reforma nas instituições multilaterais, como a ONU, a OMC e o Banco Mundial; além de temas como a regulamentação da inteligência artificial. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.