Debatedores cobram treinamento de policiais para abordagem a pessoas autistas — Rádio Senado
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Debatedores cobram treinamento de policiais para abordagem a pessoas autistas

Em audiência na Comissão de Educação e Cultura (CE), especialistas enfatizaram a importância da formação e capacitação dos policiais para melhorar o atendimento a pessoas autistas. Foram citadas iniciativas inovadoras implementadas por algumas corporações policiais como exemplos positivos no apoio às necessidades de indivíduos autistas e suas famílias. O pedido de audiência pública (REQ 85/2024) foi feito pelo presidente da comissão, senador Flávio Arns (PSB-PR).

01/11/2024, 17h51 - ATUALIZADO EM 01/11/2024, 19h17
Duração de áudio: 02:56
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DEBATEU EM AUDIÊNCIA PÚBLICA A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO POLICIAL AO ABORDAR PESSOAS AUTISTAS. REPÓRTER JÚLIA LOPES: O foco do debate na Comissão de Educação do Senado foi o cuidado na abordagem policial a pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Os participantes ressaltaram a necessidade de treinamento dos agentes de segurança pública para evitar abordagens traumáticas e melhorar o atendimento às pessoas autistas e suas famílias. Além disso, foram mencionadas iniciativas pioneiras dentro das polícias como exemplos positivos no atendimento a essas demandas. O pedido para a audiência foi feito pelo presidente da comissão, o senador Flávio Arns, do PSB do Paraná: (Sen.Flávio Arns) "Para que essa audiência pública inspire a muitos e muitas pessoas, também pelo Brasil todo, a organizarem iniciativas, sejam essas iniciativas na polícia militar, na polícia civil, em outras instituições, na segurança privada." O diretor-presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil, Edilson Barbosa, citou algumas situações em que o preparo do policial é essencial:  (Edilson Barbosa) "Como fazer se aquela abordagem fez com que essa pessoa desregulasse dentro do seu automóvel? Geralmente essa pessoa não vai obedecer o comando do policial, então vai ter ali uma dificuldade. Na maioria das vezes são mães solos que tem que ir ao fórum, nas audiências, não tem onde deixar a criança, a criança autista, na maioria das vezes nível 3 de suporte, nível 2. Fazer o quê? Quando entra numa crise, rolando no chão, gritando, e aí o policial é que tem que fazer esse papel lá." A Polícia Rodoviária Federal possui o "Manual de Atendimento Integrado à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista", lançado em 2023. Essa informação foi destacada pelo representante da Comissão de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal do Distrito Federal, José Teógenes: (José Teogenes) "Reorientar nossa postura muitas vezes enviesada ou tida como enviesada para uma causa que vai gerar, que vai suscitar um processo educativo interno pelo qual já estamos passando. A Polícia Rodoviária Federal já tem um manual de abordagem às pessoas com espectro autista, então está lá tudo manualizado. Precisamos tornar o episódico num treinamento contínuo." Dentro do espectro autista, os níveis de autismo são classificados com base no suporte necessário. São eles: Nível 1 (autismo leve), Nível 2 (autismo moderado) e Nível 3 (autismo severo). Cada um apresenta especificidades distintas que precisam ser conhecidas pelos agentes de segurança pública. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Júlia Lopes. 

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