Comissão discute superação de obstáculos à inovação no país
A Comissão de Ciência e Tecnologia discutiu, em audiência pública, o programa Conecta e Capacita como ação de superação de obstáculos à inovação tecnológica no Brasil. Representantes do Executivo e de entidades da sociedade civil destacaram a importância da expansão da rede de internet e da formação de profissionais para fazer com que o Brasil possa atuar num mundo em que o domínio da tecnologia da informação e da comunicação é essencial.
Transcrição
A COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E INFORMÁTICA DISCUTIU COM INTEGRANTES DO GOVERNO E DE ENTIDADES DA SOCIEDADE CIVIL O PROGRAMA "CONECTA E CAPACITA".
A INTENÇÃO DA INICIATIVA É EXPANDIR O ACESSO À INTERNET E FORMAR PESSOAL PARA ATUAR NA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. OS DETALHES, COM O REPÓRTER ALEXANDRE CAMPOS:
Na terceira audiência pública para a coleta de informações com o objetivo de avaliar as ações de superação de obstáculos à inovação no Brasil, a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informática ouviu integrantes do governo federal e de entidades ligadas à indústria e à sociedade civil sobre os resultados do programa "Conecta e Capacita", de expansão do acesso à internet por instituições de ensino e pesquisa e formação de pessoal para atuar na área de tecnologia da informação.
Representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, pasta responsável pelo Conecta e Capacita, Inácio Arruda lembrou que a ampliação da rede está sendo contemplada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, para interiorizar a conexão e ampliá-la, especialmente em estados da região Norte. Segundo ele, haverá mais capacidade e rapidez no fluxo de dados e de informações. Ao falar sobre a formação de profissionais, Inácio Arruda citou que o governo atua em duas frentes: a formação acelerada para quem está matriculado em instituições de ensino e pesquisa e a qualificação de jovens com a educação básica concluída, mas fora do mercado de trabalho. O desafio, segundo ele, é fazer com que essas pessoas, depois de capacitadas, continuem trabalhando em empresas instaladas no Brasil:
(Inácio Arruda) "O que a gente tem feito, e eu acho que é uma coisa muito positiva, é já ir formando o pessoal e ligando-os com as empresas brasileiras. Então, você já vai, toda a parte de imersão do Embarca Tech, do C-Jovem, já é com empresas, sejam empresas nacionais, sejam empresas locais, ou seja, uma empresa que está apenas num município. Às vezes está só num bairro de um grande município."
O senador Fernando Dueire, do MDB de Pernambuco, que presidiu a sessão, citou dados que comprovam a necessidade de mão-de-obra capacitada para atuar nesse setor:
(sen. Fernando Dueire) "A Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais calcula que em cinco anos serão criados quase 800 mil postos, novos postos, mas o Brasil forma pouco mais de 53 mil profissionais de tecnologia por ano, o que deve abrir um déficit de 532 mil pessoas para trabalhar na área."
Representante do Ministério da Educação, Marcela Ferreira Paes França destacou o trabalho da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Segundo ela, as unidades atuam em sintonia com as comunidades onde estão situadas, em ações ligadas à iniciação científica, pesquisa e desenvolvimento e empreendedorismo. Questionada pelo senador Wellington Fagundes, do PL de Mato Grosso, sobre a possibilidade de desperdício de dinheiro público, por causa de ações idênticas em diversas unidades da rede, ela defendeu um trabalho integrado, para evitar esse tipo de problema:
(Marcela França) "Conectar essas ações da melhor forma possível para a gente ter um encaminhamento melhor, para a gente ter mais pessoas sendo atendidas, tanto da comunidade interna quanto da externa, para melhor utilização do recurso público, porque a gente não pulveriza as ações."
E como problemas globais, como o aquecimento da temperatura no planeta, exigem uma ação integrada de divesos países, Francilene Garcia, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, destacou a importância da rede e-ciência para garantir a infraestrutura tecnológica para o armazenamento e fluxo de dados por instituições brasileiras e inseri-las nesse contexto colaborativo:
(Francilene Garcia) "A gente tem hoje não só a própria questão da avaliação de publicação e de produção de conhecimento, mas a avaliação do impacto dessa pesquisa no sentido da melhoria da qualidade de vida das pessoas e da mitigação de desafios que não são só nossos, mas globais."
Representante do Serviço Nacional da Indústria, o Senai, Felipe Morgado citou ações da entidade na capacitação de pessoal, inclusive por meio da educação à distância, para atender às demandas da indústria. Segundo o senador Fernando Dueire, a Comissão de Ciência e Tecnologia deve se reunir em mais duas ocasiões para finalizar o trabalho de avaliação da política pública que trata do tema "Superação dos obstáculos à inovação no Brasil". Da Rádio Senado, Alexandre Campos.