Ricardo Nunes vai comandar prefeitura de São Paulo por mais quatro anos
O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi reeleito com 59,35 % dos votos, pouco mais de 3 milhões e 393 mil votos. Nunes agradeceu o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); mas uma declaração dada por Tarcísio, de que a polícia interceptou ligações de integrantes da facção criminosa PCC orientando familiares a votarem em Guilherme Boulos (PSol), motivou uma ação de investigação judicial eleitoral protocolada pelo candidato derrotado no TRE-SP que pode levar à inelegibilidade dos envolvidos.
Transcrição
O ATUAL PREFEITO DE SÃO PAULO, RICARDO NUNES VENCEU O DEPUTADO FEDERAL GUILHERME BOULOS E FOI REELEITO, NESTE DOMINGO, PARA MAIS QUATRO ANOS DE MANDATO À FRENTE DA MAIOR CIDADE DO PAÍS. REPÓRTER CESAR MENDES.
Com 59,35 % dos votos do maior colégio eleitoral do país, pouco mais de 3 milhões e 393 mil votos, Ricardo Nunes, do MDB, venceu o deputado Ricardo Boulos, do PSOL, e foi reeleito prefeito de São Paulo pelos próximos 4 anos. Empresário, Nunes tem 56 anos e chegou à prefeitura da maior cidade do país na condição de vice-prefeito, em 2021, por conta da morte precoce do então prefeito, Bruno Covas, vítima de um câncer. Antes disso, foi vereador da capital por dois mandatos, entre 2013 e 2020.
Nesta eleição, o prefeito eleito de São Paulo teve como principal padrinho político o atual governador do estado, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, ex-ministro da Infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro, do PL. O apoio do ex-presidente a Nunes, no entanto, só veio de forma mais consistente no final do primeiro turno. Já Guilherme Boulos, do PSOL, o candidato derrotado, contou com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT; e tinha como candidata a vice na chapa a petista Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo entre os anos de 2001 a 2005.
Após a divulgação do resultado, Nunes chegou ao comitê de campanha ao lado de Tarcísio de Freitas e apontou o governador de São Paulo como o grande personagem desta eleição.
(Ricardo Nunes) "Agradeço ao líder maior, sem o qual esta vitória não seria possível, o meu amigo, que me deu a mão na hora mais difícil, governador Tarcísio de Freitas!" (aplausos da platéia)
Mas uma declaração do governador paulista de que integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) teriam orientado familiares e apoiadores a votarem em Boulos também marcou o domingo de votação em São Paulo. A denúncia foi feita durante uma entrevista a jornalistas em que Tarcísio disse, ao lado de Nunes, que a interceptação das conversas havia sido feita pela área de inteligência da polícia e que a orientação teria partido dos presídios.
Guilherme Boulos reagiu, no início da tarde, declarando que ingressou com uma ação na Justiça Eleitoral paulista contra Tarcísio e Nunes pelo que chamou de "irresponsáveis declarações".
(Guilherme Boulos) "Certamente, uma mentira dessa não me beneficia eleitoralmente. Beneficia o meu adversário. O governador estava ao lado dele fazendo campanha pra ele. É uma coisa muito absurda, muito escancarada."
O candidato do PSOL também entrou com uma notícia-crime no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Tarcísio de Freitas. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.