CPI: advogado defende medidas para coibir manipulação de resultados de jogos
Em depoimento nesta quarta-feira (9) à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, o delegado Daniel Cola, coordenador-geral de Repressão à Corrupção, Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal, sugeriu que o Poder Legislativo aumente as penas para os crimes de manipulação de resultados de jogos. O delegado também explicou a atuação da PF contra esses crimes.

Transcrição
O CRIME DE MANIPULAÇÃO DE RESULTADOS DE JOGOS DEVERIA TER UMA PENA MAIOR.
FOI O QUE SUGERIU O DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL, DANIEL COLA, À CPI QUE INVESTIGA FRAUDES NAS APOSTAS ESPORTIVAS. REPÓRTER PEDRO PINCER:
Em depoimento nesta quarta-feira à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, o delegado Daniel Cola, coordenador-geral de Repressão à Corrupção, Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal, sugeriu que o Poder Legislativo aumente as penas para os crimes de manipulação de resultados de jogos. O delegado também explicou a atuação da PF contra esses crimes. O policial sugeriu que o Congresso aumente as penas de reclusão dos três crimes contra a incerteza do resultado esportivo da Lei Geral do Esporte , que são os de pedir ou aceitar vantagem financeira para alterar resultado de competição esportiva, dar ou prometer essa vantagem e fraudar resultados, todos atualmente com penas de reclusão de 2 a 6 anos e multa:
(Daniel Cola) "Que houvesse uma previsão, na Lei Geral do Esporte, da possibilidade, assim como existe na sanção no âmbito desportivo, de que, para o magistrado, também conste especificamente a possibilidade de que ele seja suspenso. Porque, na prática, para um atleta que tem uma vida útil, uma vida profissional de 10 a 15 anos, se ele não puder jogar dois anos, três anos, essa pena vai ser muito mais eficaz, muito mais eficiente que uma eventual condenação criminal."
Daniel Cola disse que uma das maiores dificuldades para investigação desses tipos de crimes é que o Brasil tem vários campeonatos de futebol nacionais, estaduais e regionais, alguns de curta duração, e várias divisões. Além disso, o delegado afirmou que as organizações criminosas que manipulam jogos migram de um estado para outro, de um campeonato para outro e de uma divisão para outra rapidamente:
A gente tem uma dificuldade muito grande, que é a migração dessas organizações criminosas, dá para usar essa palavra, que vão migrando de clubes. O Brasil tem, talvez, acredito que seja, a maior quantidade de campeonatos do mundo, porque nós temos a primeira, a segunda, a terceira, a quarta divisão, a Copa do Brasil, mais 27 competições estaduais, mais algumas segundas divisões, terceiras, então é muito dinâmico.
Daniel Cola também informou que a Polícia Federal investiga a manipulação no futebol com a colaboração da CBF e da empresa SportRadar, que atua no ramo de integridade do meio desportivo desde 2021. Entretanto, ele pontuou que várias investigações acontecem apenas em campeonatos estaduais, o que impede a atuação da PF. Da Rádio Senado, Pedro Pincer

