Depoente promete revelar em Portugal provas de manipulação de jogos de futebol — Rádio Senado
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Depoente promete revelar em Portugal provas de manipulação de jogos de futebol

O empresário William Rogatto, que prestou depoimento nesta terça-feira (8) à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportiva, quer mostrar provas aos senadores da CPI em Portugal, onde vive, por temer por sua segurança. Ele disse que começou a operar na ilegalidade, se aproveitando das condições precárias de clubes e atletas de divisões inferiores. A CPI também aprovou vários requerimentos, entre eles os de convocação do tio do jogador Lucas Paquetá, e da influenciadora digital, Deolane Bezerra.

08/10/2024, 19h55 - ATUALIZADO EM 08/10/2024, 19h55
Duração de áudio: 03:05
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
O EMPRESÁRIO WILLIAM ROGATTO QUER MOSTRAR A SENADORES PROVAS DE MANIPULAÇÃO DE RESULTADOS NO FUTEBOL. ELE PEDE QUE A DILIGÊNCIA SEJA EM PORTUGAL, ONDE MORA, POIS TEME POR SUA SEGURANÇA. ROGATTO FOI OUVIDO NESTA TERÇA-FEIRA NA CPI QUE INVESTIGA O ASSUNTO. REPÓRTER PEDRO PINCER: O empresário William Rogatto, que prestou depoimento nesta terça-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito  da Manipulação de Jogos e Apostas Esportiva no Senado, quer mostrar provas aos senadores da CPI em Portugal, onde vive, por temer por sua segurança. Rogatto, que depôs remotamente, foi convocado como suspeito de adulterar partidas do Campeonato do Distrito Federal deste ano, após as operações "Fim de Jogo", do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, e "Jogada Ensaiada", da Polícia Federal, mas o empresário revelou ter contaminado jogos de competições em todo o país. Réu confesso por aliciamento de jogadores, dirigentes e árbitros e manipulação de resultados para faturar com apostas on-line, Rogatto disse que começou a operar na ilegalidade se aproveitando das condições precárias de clubes e atletas de divisões inferiores: (William Rogatto) "Eu já trabalhei e já operei nos 27, nos 26 e no Distrito. Inclusive, agora foi a última no Distrito que realmente foi onde eu bati de frente com caras muito fortes e, como eu te falei, o presidente da Federação foi o cara que mais me apoiou em tudo que eu fiz." Depois de admitir que faturava R$ 300 milhões no esquema, William Rogatto aceitou encontrar-se pessoalmente com representantes da CPI e prometeu mais revelações, mas os senadores teriam que ir a Portugal para vê-las com os próprios olhos. Rogatto disse, ainda, que o acionista majoritário da SAF do Botafogo, John Textor, não está totalmente errado, e acrescentou que as pessoas que trabalharam pra ele também trabalharam contra Textor no Campeonato Brasileiro de 2023. Ele explicou detalhes do esquema de manipulação: (William Rogatto) "Porque eu rebaixei 42 clubes no Brasil. Aí eles falam que eu sou o rei do rebaixamento, mas é por causa da prática. Eu não tenho interesse nenhum em subtime se eu posso ganhar dinheiro com ele caindo." Vítima do esquema de Rogatto, a presidente do Santa Maria, Dayana Feitosa, que foi rebaixado de forma proposital, relatou a situação do clube: (Dayana Feitosa) "E, aí, hoje, eu escuto o relato do William... Até, ele sorriu e disse que é o rei do rebaixamento, me pediu desculpa e tudo, mas a desculpa dele não vai fazer o Santa Maria estar na primeira divisão de novo. E, para mim, subir esse time hoje é muito dinheiro."  A CPI também aprovou vários requerimentos, entre eles os de convocação de Bruno Tolentino, tio de Lucas Paquetá, jogador da seleção brasileira e do West Ham, da Inglaterra; além da empresária, advogada e influenciadora digital, Deolane Bezerra. O jogador é investigado na Inglaterra, suspeito de forçar cartões para favorecer apostas. Já a influenciadora chegou a ser presa pela suspeita de ter participado de um esquema de lavagem de dinheiro por meio de bets, mas se declara inocente. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.

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