DataSenado revela que 57% dos eleitores não se consideram nem de "esquerda" nem de "direita"
Uma pesquisa do Instituto DataSenado revelou o perfil do eleitor brasileiro. Enquanto 40% não se consideram nem de direita nem de esquerda, 11% se enquadram como centro e outros 6% preferiram não responder, totalizando 57% de pessoas fora da polarização. Para a diretora da Secretaria de Transparência do Senado, Elga Lopes, os dados sinalizam que a polarização pode não ter papel determinante nas eleições municipais.
Transcrição
UMA PESQUISA DO DATA SENADO REVELA QUE 57 POR CENTO DOS BRASILEIROS NÃO SE CONSIDERA DE DIREITA OU DE ESQUERDA.
OS DADOS SINALIZAM QUE A POLARIZAÇÃO PODE NÃO SER O FATOR QUE VAI DEFINIR AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA.
57% dos entrevistados na pesquisa do Instituto DataSenado sobre o perfil do eleitor brasileiro revelaram que não se consideram nem de esquerda nem de direita. Enquanto 40% afirmaram não se enquadrar em nenhum espectro político, uma parcela de 11% se declarou de centro e 6% preferiram não responder. Para a diretora da Secretaria de Transparência do Senado, Elga Lopes, os dados sinalizam que a polarização talvez não tenha um papel tão definidor nas eleições municipais como ocorreu na disputa pelo Palácio do Planalto.
Nessa eleição municipal, não é a coloração política o tema mais importante no cérebro do brasileiro. Para o eleitor, esse ano, conta os problemas do município, a capacidade dos candidatos de apresentar solução e a capacidade gerencial.
A pesquisa também mostra que eleitores com maior renda tendem a ser menos neutros, mas mais de centro. Segundo o DataSenado, o nível de escolaridade interferiu nas respostas e a neutralidade é mais comum entre os menos escolarizados, chegando a 45% entre os que possuem ensino fundamental incompleto. Há ainda, impacto religioso na escolha política. Os eleitores evangélicos têm maior inclinação à direita, com 35% dos ouvidos, uma diferença de sete pontos percentuais em relação aos católicos. O levantamento revela ainda uma diferença marcante de gênero. 34% dos homens são mais propensos a votar na direita enquando as mulheres somam 24%. A pesquisa abordou, ainda, a confiança da população nas urnas eletrônicas. 86% dos de esquerda confiam no resultado, enquanto dois terços de direita disseram que têm dúvidas, como explicou José Henrique Varanda, do Instituto DataSenado.
Talvez seja uma grande diferenciação de discurso e um desafio para nosso sistema eleitoral, porque afinal essa é uma crença que é importante, basilar, para apoiar a democracia, o pleito, o resultado e tudo que se desdobra depois disso.
Ainda segundo o DataSenado, 29% dos entrevistados se consideram de direita e 15% de esquerda. Os estados com maior posicionamento político de direita são Santa Catarina, Mato Grosso e Rondônia. Enquanto os de esquerda são a Bahia, Ceará e Pernambuco. Da Rádio Senado, Marcella Cunha