Média de dias seguidos sem chuva no Brasil aumenta de 80 para 100 em uma década — Rádio Senado
Seca

Média de dias seguidos sem chuva no Brasil aumenta de 80 para 100 em uma década

Uma pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revela que a média de dias consecutivos sem chuva no Brasil aumentou, nas últimas seis décadas, de 80 para 100 dias. Esse dado estará no 1º Relatório Bienal de Transparência do Brasil à Convenção do Clima da ONU. Entre os impactos da estiagem prolongada, está o risco de incêndios florestais.  

18/09/2024, 15h46 - ATUALIZADO EM 18/09/2024, 15h46
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Transcrição
UM ESTUDO DO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS REVELOU QUE A MÉDIA DE DIAS CONSECUTIVOS SEM CHUVA NO BRASIL AUMENTOU DE 80 PARA 100 NOS ÚLTIMOS 60 ANOS. ESSE DADO FARÁ PARTE DO PRIMEIRO RELATÓRIO DE TRANSPARÊNCIA QUE O BRASIL SUBMETERÁ À CONVENÇÃO DO CLIMA DA ONU. AS SECAS PROLONGADAS AUMENTAM O RISCO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS, COMO OS REGISTRADOS NAS ÚLTIMAS SEMANAS. A REPORTAGEM É DE LAÍS NOGUEIRA: De acordo com o estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) feito a pedido do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a média de dias consecutivos sem chuva no Brasil aumentou, nas últimas seis décadas, de 80 para 100 dias.  O fenômeno, medido pelo índice de Dias Consecutivos Secos, CDD, na sigla em inglês, foi analisado no período de 1961 a 2020. O pesquisador Lincoln Alves, do INPE, que liderou o estudo, destacou que praticamente todas as regiões do Brasil experimentaram um aumento no período seco. Segundo ele, o acréscimo de 20 dias consecutivos sem chuva evidencia o agravamento das condições climáticas: (Lincoln Alves - INPE) "Esse aumento no número de dias consecutivos secos está associado e já é um sinal da mudança do clima em todas as regiões do país, como a gente analisou os dados, já demonstram esse aumento significativo na frequência de dias consecutivos secos. Ou seja, já estamos vivenciando períodos de seca mais prolongados." Entre os impactos do aumento na média de dias consecutivos sem chuva estão a redução da disponibilidade de água, prejuízos na produção rural, perda de biodiversidade e o risco de incêndios florestais.   Lincoln Alves ressalta que o estudo do INPE alerta para a necessidade de ações imediatas de adaptação às mudanças climáticas, especialmente no setor agrícola e na gestão de recursos hídricos: (Lincoln Alves - INPE) "Esse é só um dos indicadores que têm demonstrado que o clima nas diversas regiões do Brasil tem mudado. Então, é fundamental que haja políticas públicas de ação climática mais emergentes, mais proativas e, também, trabalhar a questão da adaptação. Adaptação, considerando esse cenário que já está ocorrendo no Brasil, é fundamental se adaptar a essa nova realidade." Os dados da pesquisa do INPE foram coletados para compor a base técnico-científica do Plano Clima Adaptação e estarão registrados no primeiro Relatório Bienal de Transparência do Brasil à Convenção do Clima, a ser apresentado até o final deste ano à Organização das Nações Unidas. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Laís Nogueira.

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