Senado aprova abordagem feminina nos currículos da educação básica — Rádio Senado
Plenário

Senado aprova abordagem feminina nos currículos da educação básica

O Senado aprovou nesta terça-feira (10) o projeto que obriga as escolas públicas e privadas da educação básica a abordarem os temas ministrados em sala de aula sob o ponto de vista feminino (PL 557/2020). A ideia da proposta, que segue para sanção presidencial, é resgatar a participação e a contribuição das mulheres na construção de saberes nos mais diversos campos da atuação humana e afastar a ideia de que a elas cabe o exercício de papéis previamente definidos pela sociedade ao longo do tempo.

10/09/2024, 17h50 - ATUALIZADO EM 10/09/2024, 18h04
Duração de áudio: 02:46
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
O SENADO APROVOU, NESTA TERÇA-FEIRA, O PROJETO QUE TORNA OBRIGATÓRIA A ABORDAGEM FEMININA NOS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA. A IDEIA É MOSTRAR AOS ESTUDANTES AS CONTRIBUIÇÕES E VIVÊNCIAS FEMININAS NA CONSTRUÇÃO DE SABERES. OS DETALHES, COM O REPÓRTER ALEXANDRE CAMPOS: O Senado aprovou, nesta terça-feira, o projeto que obriga as escolas públicas e privadas da educação básica a abordarem os conteúdos ministrados em sala de aula sob o ponto de vista feminino, notadamente quanto aos aspectos histórico, científico, cultural e artístico. A ideia é mostrar aos estudantes a participação e as contribuições das mulheres na construção dos saberes nos mais diversos campos de atuação humana. Relatora do projeto nas comissões de Direitos Humanos e de Educação e Cultura, a senadora Soraya Thronicke, do Podemos de Mato Grosso do Sul, acredita que a aprovação da proposta pode contribuir para a inserção de mulheres em setores que, ao longo do tempo, foram reservados ao universo masculino por causa da abordagem preconceituosa de que as mulheres não tiveram participação relevante, como nas ciências exatas. Para a senadora, o modelo atual de ensino nas escolas ajuda a reforçar esses estereótipos e a invisibilidade feminina, o que acaba afastando as mulheres desses espaços. E isso, na opinião dela, é prejudicial a todo mundo, porque priva a sociedade de uma visão de mundo diversa, com uma abordagem distinta da dos homens: (sen. Soraya Thronicke) "Havendo a devida representação, as decisões nesses campos não mais serão tomadas em favorecimento de apenas um gênero, mas haverá maior riqueza de perspectivas, inclusive para a formulação e a implementação de políticas públicas que beneficiem os diversos grupos formadores da sociedade brasileira." Em recente audiência pública na Comissão Mista de Mudanças Climáticas, o ex-senador Rodrigo Rollemberg citou o caso de Johanna Dobereiner. Talvez pouca gente saiba, mas essa cientista da Embrapa, que morreu no ano 2000, se destacou em todo o mundo por sua pesquisa que tornou possível reduzir, na agricultura, a emissão do óxido nitroso, um dos gases mais potentes para o aquecimento global: (Rodrigo Rollemberg) "Pois houve uma pesquisa desenvolvida por uma pesquisadora da Embrapa, Johanna Döbereiner, e eu tenho certeza de que, se fosse agora, como o nome dela no passado foi sugerido como Prêmio Nobel da Paz, muito provavelmente ela teria condições muito melhores em função do que ela desenvolveu e do que significa uma bactéria isolada por ela, que é uma bactéria fixadora de nitrogênio no solo, que faz com que, além de o Brasil deixar de gastar bilhões de reais por ano importando adubos nitrogenados, faz com que o Brasil evite a emissão de milhões de toneladas de óxido nitroso." O projeto, que segue para sanção presidencial, também institui a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História, a ser promovida anualmente nas escolas da educação básica na segunda semana do mês de março. Da Rádio Senado, Alexandre Campos. 

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