Violência política de gênero é tema de audiência pública — Rádio Senado
Audiência Pública

Violência política de gênero é tema de audiência pública

A Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher debateu as ferramentas para o combate à violência política de gênero, considerando o papel de diferentes órgãos em um diálogo interinstitucional. A violência política contra a mulher é crime desde 2021, e inclui ações que visam afastar as mulheres dos espaços de poder e decisão.

05/09/2024, 18h45 - ATUALIZADO EM 05/09/2024, 18h45
Duração de áudio: 02:26
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2024 ESTÃO SE APROXIMANDO, O QUE TORNA MAIS EVIDENTE UMA QUESTÃO: A VIOLÊNCIA POLÍTICA CONTRA AS MULHERES. A COMISSÃO MISTA DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER PROMOVEU UM DEBATE SOBRE O ASSUNTO E DESTACOU FERRAMENTAS QUE PODEM MELHORAR ESSE CENÁRIO. REPÓRTER JÚLIA LOPES: A violência política de gênero é toda ação que tem o objetivo de afastar as mulheres dos espaços de poder e decisão. É, também, qualquer ato que menospreze ou discrimine uma mulher por sua condição, cor, raça ou etnia, para impedir ou dificultar sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato. A Comissão Mista de Combate à Violência Contra a Mulher promoveu uma audiência pública na última quarta-feira sobre o enfrentamento a esse tipo de violência que, na opinião da presidente do colegiado, senadora Augusta Brito do PT do Ceará, ainda é naturalizada e invisível para muitos: (sen. Augusta Brito) "A violência política ela é tão forte porque ela é todo dia e toda hora, e quando muitas vezes ela não vem de uma forma, eu digo assim, explícita como uma violência física, ela também é naturalizada, então ela passa também por muitos que não querem ver que aquele problema está acontecendo." A representante do Ministério das Mulheres, Andreza Silva, citou dados da ONU Mulheres que mostram o impacto negativo da violência política de gênero: (Andreza Silva) "82% das mulheres em espaços políticos já sofreram violência psicológica, 45% já sofreram ameaças, aí a gente vê como é diverso as violências que acontecem contra as mulheres que estão no exercício político elas se desestimulam a se manter naquele espaço de poder ou mesmo a disputar uma nova eleição, tentar uma reeleição." A ministra do Tribunal Superior Eleitoral, Edilene Lobo, destacou que, ao analisar a violência política de gênero, o quadro é ainda mais grave para mulheres negras na política: (Edilene Lobo) "Sob a necessidade de tratar o enfrentamento à violência contra a mulher, sob uma leitura também do recorte racial. Quando nós falamos da exclusão das mulheres dos espaços decisórios do parlamento, por exemplo, nós falamos de uma violência política agravada. Ela piora quando nós observamos a violência política contra as mulheres negras." Segundo pesquisa do Instituto Marielle Franco, de 2021, 80% das candidatas negras sofreram violência virtual, 60% enfrentaram violência moral ou psicológica, e 50% sofreram violência institucional. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Júlia Lopes.

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