Eduardo Campos e André Rebouças devem ser incluídos no "Livro de Heróis e Heroínas da Pátria" — Rádio Senado
Comissão de Educação

Eduardo Campos e André Rebouças devem ser incluídos no "Livro de Heróis e Heroínas da Pátria"

A Comissão de Educação aprovou o projeto (PL 3148/2024) que insere o nome do ex-governador e ex-ministro pernambucano Eduardo Campos no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Campos faleceu em agosto de 2014, quando o avião em que ele e outras seis pessoas estavam caiu em Santos, litoral de São Paulo. O texto segue para análise do Plenário em regime de urgência. Também foi aprovada a inscrição do engenheiro e abolicionista André Rebouças no Livro. O PL 1774/2024 seguiu para a sanção do presidente Lula.

03/09/2024, 14h47 - atualizado em 03/09/2024, 19h33
Duração de áudio: 03:37
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO A APROVOU A INSCRIÇÃO DE EDUARDO CAMPOS NO LIVRO DOS HERÓIS E HEROÍNAS DA PÁTRIA. O EX-GOVERNADOR DE PERNAMBUCO MORREU HÁ DEZ ANOS EM UM ACIDENTE DE AVIÃO ENQUANTO CONCORRIA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. A MATÉRIA SEGUIU PARA ANÁLISE DO PLENÁRIO COM REQUERIMENTO PARA VOTAÇÃO EM REGIME DE URGÊNCIA O COLEGIADO TAMBÉM ACATOU O NOME DO ABOLICIONISTA ANDRÉ REBOUÇAS, ENGENHEIRO QUE MODERNIZOU A INFRAESTRUTURA DO PAÍS. O PROJETO VAI À SANÇÃO PRSIDENCIAL. REPÓRTER MARCELLA CUNHA O projeto insere o nome de Eduardo Henrique Accioly Campos no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. O ex-governador de Pernambuco, por dois mandatos, estava em pré-campanha pela Presidência da República, em agosto de 2014, quando o avião em que ele e outras seis pessoas estavam caiu em Santos, litoral de São Paulo. Ao morrer, aos 49 anos, ocupava o terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Campos foi presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro, Deputado Estadual, Deputado Federal,Secretário da Fazenda e Ministro da Ciência e Tecnologia. Defendeu iniciativas como a Lei de Biossegurança, que regulamenta a pesquisa com células-tronco, o uso do FGTS para que o trabalhador ou seus dependentes possam pagar o curso superior, escolas em tempo integral e a utlização de royalties do pré-sal na educação. A senadora Teresa Leitão, do PT pernambucano, também destacou que Campos foi uma liderança inovadora e segue sendo referência de homem público.  Para além do aspecto administrativo tiemos a certeza  de ter um grande líder no estado. Uma liderança jovem, forjada na luta, e que trouxe para o estado de Pernambuco uma forma de atuar que ainda hoje é muito lembrada. A Comissão de Educação também aprovou a inscrição do abolicionista André Pinto Rebouças no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. Nascido em 1838 na atual cidade baiana de Cachoeira, o engenheiro negro contribuiu para a vitória do Brasil na Guerra do Paraguai e, principalmente, para a consolidação da abolição. Filho de ex-escravizada e de um homem branco, André foi advogado autodidata, conselheiro de Dom Pedro II, e participou de obras que lhe conferiram projeção como engenheiro civil, como o plano de abastecimento de água do Rio de Janeiro e a Ferrovia Curitiba-Paranaguá, que tem 110 km de extensão, considerada até hoje por muitos a maior obra da engenharia férrea nacional. Em viagem aos Estados Unidos, enfrentou racismo em meio ao regime segregacionista, ainda que estivesse representando o Império Brasileiro, e se tornou uma das principais vozes em prol da abolição da escravatura, como destacou o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul. André Rebouças, de fato, foi uma referência - e é uma referência - para a comunidade negra do Brasil e do mundo. Destaca-se no Brasil, e depois, quando viu que aqui estava muito difícil, ele foi ajudar na África o povo africano, onde ele assumiu efetivamente a sua identidade, no continente africano. Fez um trabalho brilhante, aos poucos foi sendo reconhecido como um grande engenheiro e um grande libertador. Ele foi uma referência para que um dia nós chegássemos à abolição da escravatura no Brasil. Tem como homenagens em seu nome e de seu irmão, Antônio, a Avenida Rebouças, na cidade São Paulo e o Túnel Rebouças, no Rio de Janeiro. Com a queda do Império, embarcou junto à Família Real para a Europa, onde morreu em 1898. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

Ao vivo
00:0000:00