Comissão de Educação aprova projeto que inclui perspectiva feminina nos currículos escolares — Rádio Senado
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Comissão de Educação aprova projeto que inclui perspectiva feminina nos currículos escolares

A Comissão de Educação e Cultura aprovou o PL 557/2020 que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394, de 1996) para incluir abordagens fundamentadas nas experiências e perspectivas femininas nos currículos escolares. A relatora, Soraya Thronicke (PODE-MS), citou pesquisas que mostram que 84% das meninas brasileiras entre 14 e 19 anos não se sentem representadas nos espaços institucionais e têm mais chance de abandonar os estudos relacionados às ciências exatas.

27/08/2024, 13h10 - ATUALIZADO EM 27/08/2024, 13h10
Duração de áudio: 03:31
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
OS CURRÍCULOS ESCOLARES TERÃO QUE INCLUIR UMA ABORDAGEM FEMININA EM ASPECTOS DA HISTÓRIA, DA CIÊNCIA, DA ARTE E DA CULTURA. É O QUE APROVOU A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO NESTA TERÇA-FEIRA. REPÓRTER MARCELLA CUNHA O projeto torna obrigatória a inclusão de perspectivas femininas nos currículos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, resgatando as contribuições de mulheres na ciência e nas artes, e nas áreas  social, cultural, econômica e política, tanto no Brasil como no mundo. A proposta busca romper com estereótipos existentes que associam o brilhantismo e a genialidade a figuras masculinas, desestimulando meninas, desde muito cedo, a ocuparem espaços em determinadas áreas. Para a relatora,  Soraya Thronicke, do Podemos de Mato Grosso do Sul, há uma nítida sub-representação e até mesmo a exclusão das mulheres dos livros, ficando seus nomes perdidos na história ou quando muito, citados em notas de rodapé. O Governo chegou a nos procurar dizendo que esse projeto já estaria nas novas perspectivas do novo Governo.No entanto, nós entendemos a necessidade de que a matéria seja expressa na legislação. Dos estudos que nós fizemos nós percebemos que nem cerca de 10% de mulheres são citadas nos livros de História e nas conquistas. Por que não? Porque elas não existiram, por que elas não atuaram? Soraya citou ainda, pesquisas que mostram que 84% das meninas brasileiras entrevistadas, de 14 a 19 anos, não se sentem representadas nos espaços institucionais, e que as mulheres têm mais chance de abandonarem seus estudos relacionados às áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática do que os homens. Já Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, afirmou que muitos conservadores são contrários à proposta de incluir as contribuiçõs de mulheres na grade curricular, por considerarem a ideia feminista. Porém, a senadora acredita que a mudança é necessária, especialmente,  para as motivar meninas em idade escolar a conquistarem novos espaços. Nós vamos, sim, trazer muitas meninas para a ciência, nós vamos motivar muitas meninas a quererem vir para a política, vir aqui para o Parlamento. Apesar de toda a discussão que esse projeto causou em nosso segmento conservador, eu vou votar com muita consciência, porque o objetivo dele é, realmente, dizer para as meninas: vocês podem! O projeto também cria a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História, uma campanha anual na segunda semana do mês de março nas escolas de educação básica. Para a senadora Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte,  ter esse olhar diferenciado para ideias ou projetos exitosos conduzido por mulheres vai inspirar a nova geração. Naquilo que depende do nosso esforço, nós estamos dando o recado sim, somos uma grande quantidade de aprovadas em Direito, em Medicina, nos cursos mais concorridos deste país. Nessa semana, vamos mostrar que nós somos capazes, nós podemos e nós queremos. O texto segue para análise do Plenário. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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