Amorim diz que Brasil não reconhecerá resultado das eleições na Venezuela se atas eleitorais não forem divulgadas — Rádio Senado
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Amorim diz que Brasil não reconhecerá resultado das eleições na Venezuela se atas eleitorais não forem divulgadas

O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, participou de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores nesta quinta-feira (15). Ele defendeu soluções pacíficas para a situação da Venezuela, onde esteve para acompanhar as eleições no fim de julho. Amorim afirmou que o governo não vai reconhecer a vitória de Maduro caso as atas não sejam divulgadas. Ele não concorda com o pedido de alguns senadores de estabelecer uma data final para a publicação dos documentos.

15/08/2024, 15h10 - ATUALIZADO EM 15/08/2024, 15h12
Duração de áudio: 03:16
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
EM AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES, O ASSESSOR ESPECIAL DO PRESIDENTE LULA DIZ QUE O RESULTADO ELEITORAL DA VENEZUELA NÃO SERÁ RECONHECIDO SE NÃO APARECEREM AS ATAS QUE COMPROVEM A VITÓRIA DE MADURO. SENADORES PEDIRAM UMA DATA LIMITE PARA A PUBLICAÇÃO DO DOCUMENTO. REPÓRTER MARCELLA CUNHA O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, compareceu nesta quinta-feira à Comissão de Relações Exteriores para falar sobre as eleições na Venezuela. Ele esteve em Caracas no fim de julho. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, as atas que comprovam a vitória de Nicolás Maduro não foram publicadas devido a um ataque cibernético. Apesar de não ter reconhecido oficialmente a vitória de Maduro, o governo brasileiro ainda aguarda a divulgação dos documentos. Diversos senadores defenderam que o Brasil estabeleça uma data limite de até quando seria razoável essa publicação, a exemplo de Esperidião Amim, do Progressistas de Santa Catarina. Nós não podemos ficar na posição de segurar as atas sem data. Porque é evidente que vai haver um incêndio e as atas serão pedidas. Uma enchente, um dilúvio. Tem que haver uma data para que nós não caiamos no ridículo e não fiquemos isolados no mundo. Nós hoje estamos forte candidatos a seremos o párea.  Mas Celso Amorim argumentou que, baseado em seus 60 anos de experiência na diplomacia, dar ultimatos não costuma ser uma boa saída. Ele defendeu soluções pacíficas para evitar um conflito no país vizinho. O senador pode ficar tranquilo que o Brasil não corre o risco de ser párea. A própria posição do Brasil tem sido elogiada pelos Estados Unidos, pelos países da Europa, todos querem saber o que o Brasil está fazendo. Clara impaciência também já do presidente do Lula com relação à demora das atas. Isso é evidentemente uma preocupação. Agora, clocar uma data fixa, um utimato, eu acho que não é produtivo. A minha experiência, para o que ela possa valer, indica que isso não traz bons resultados. Agora, se não houve rnenhum acordo que possibilite avançar, nós não vamos reocnhecer um Governo se essas atas não aparecerem.  Celso Amorim disse que o Brasil perdeu sua influência sobre a Venezuela no governo Bolsonaro, que rompeu as relações diplomáticos com Caracas. Ele argumentou que a chamada intervenção humanitária  foi um gesto "muito dramático" e que deixou o Brasil "muito próximo de uma guerra com a Venezuela". Durante a audiência, o senador Dr Hiran, do Progressistas de Roraima, cobrou uma posição mais energética do Brasil em relação à emigração de mais de 7 milhões de venezuelanos, o que chamou de maior êxodo humano do nosso século. E lembrou que a principal porta de entrada no Brasil é o estado Roraima. A audiência foi um pedido da senadora Tereza Cristina, do  Progressistas de Mato Grosso do Sul, que criticou a sugestão de Amorim de realizar novas eleições no país vizinho. O presidente da Comissões de Relações Exteriores, senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, informou que a audiência com chanceler brasileiro, Mauro Vieira, será marcada assim que ele retornar da Colômbia, para onde viajou para tratar das eleições na Venezuela. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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