Jovens senadores aprovam propostas para limitar agrotóxicos, facilitar acesso à universidade e proibir anonimato nas redes sociais
A edição de 2024 do Programa Jovem Senador chegou ao fim nesta sexta-feira (9) com três propostas aprovadas. Os 27 estudantes, um de cada estado e do Distrito Federal, discutiram em comissões temáticas e levaram ao Plenário os temas: proibição de aplicação aérea de agrotóxicos em localidades específicas; criação do Exame Nacional de Avaliação Seriada (Enas) como processo seletivo de acesso às instituições de educação superior; e proibição do anonimato nas redes sociais. Essas propostas serão agora avaliadas pelos senadores e podem se transformar em projetos de lei.
Transcrição
JOVENS SENADORES ENCERRAM O PROGRAMA DE 2024 COM TRÊS PROPOSTAS APROVADAS.
AS SUGESTÕES LEGISLATIVAS SEGUEM PARA ANÁLISE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E, SE APROVADAS, VIRAM PROJETOS DE LEI DE VERDADE. REPÓRTER MARCELLA CUNHA:
Os participantes do Programa Jovem Senador de 2024 encerraram, nesta sexta-feira, as suas atividades. Os vinte e sete estudantes, um de cada estado e do Distrito Federal, aprovaram três propostas legislativas em plenário, após uma semana de trabalho intenso nas comissões temáticas do Programa. Foram elas: Comissão Nísia Floresta (meio-ambiente e saúde); Comissão Sobral Pinto (Cidadania e Cultura) e Comissão Cecília Meireles (Educação). Uma das propostas veta a aplicação aérea de agrotóxicos em áreas urbanas e próximo a escolas, serviços de saúde, mananciais de captação de água e unidades de conservação. A outra, institui o Exame Nacional de Avaliação Seriada como processo seletivo de acesso a instituições de educação superior. O Jovem Senador Renan Nogueira, representante do Pará, explicou que o processo de seleção vai contar com três etapas de avaliação, realizadas ao final de cada ano do ensino médio:
(Renan Nogueira - jovem senador PA) "O Enem é uma prova que engloba os três anos do ensino médio, e as nossas emendas reforçaram o quê? O jovem que está no primeiro ano, na primeira série do ensino médio, fará uma prova com assuntos voltados apenas para aquela série, certo? O jovem do terceiro ano, por vez, vai ter o conteúdo do primeiro, do segundo e do terceiro anos ou séries. Assim, sendo dessa forma, cada ano terá uma média de pontos, e é uma forma de o jovem conseguir aumentar as oportunidades, aumentar as chances de ingressar."
A terceira proposta dos Jovens Senadores proíbe manifestação anônima em meios digitais. Em um clima de despedida, eles agradeceram a oportuniadde de participar do programa, e conhecer de perto os trabalhos do Legislativo. Em seu discurso, o jovem senador por Goiás, Leandro Simões, reforçou que, para ele, o projeto é uma verdadeira escola de cidadania.
(Leandro Simões - jovem senador GO) "Ser Jovem Senador é muito mais do que ocupar uma cadeira neste Plenário. É uma oportunidade única de aprender, de se envolver e, principalmente, de acreditar que a juventude tem um potencial, na nossa geração.Este projeto nos proporciona uma visão ampla do que é ser cidadão, do que significa atuar politicamente, com responsabilidade e com comprometimento. Aprendi que a política não é apenas sobre o poder, mas sobre servir. E essa é uma lição que levo comigo para toda a minha vida."
As três sugestões seguem para redação final e depois serão analisadas pelos senadores da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. Se aprovadas, passarão a tramitar como projeto de lei do Senado. O Programa Jovem Senador foi criado em 2010 para estimular os jovens estudantes de escolas públicas com até 19 anos a refletirem sobre política, democracia e o exercício da cidadania. Em 2024, o grupo teve como presidente o jovem senador Davi Baia Camilo, da Escola Estadual Hermenegildo Vilaça, em Juiz de Fora, Minas Gerais, e como vice-presidente a estudante Emanuelle Lana, matriculada no Centro de Ensino Médio Taguatinga Norte, em Taguating, no Distrito Federal. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.