SUS deverá fazer campanhas permanentes contra automedicação — Rádio Senado
Saúde pública

SUS deverá fazer campanhas permanentes contra automedicação

O presidente Lula sancionou esta semana lei (Lei 14.912/2024) para que gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) promovam campanhas permanentes de conscientização contra a automedicação, informando a população sobre os riscos da prática, sobretudo o perigo da ingestão de antibióticos ou de medicamentos sujeitos a controle especial. Índices da automedicação no Brasil são altos, levando a problemas como o desenvolvimento de resistência bacteriana devido ao uso indiscriminado de antibióticos. A nova legislação teve origem em um projeto aprovado recentemente pelo Senado.

05/07/2024, 18h46 - ATUALIZADO EM 05/07/2024, 18h46
Duração de áudio: 02:34
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Transcrição
OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO SERÃO TEMA DE CAMPANHAS PERMANENTES A SEREM REALIZADAS PELOS GESTORES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. LEI QUE PREVÊ A CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O PROBLEMA FOI SANCIONADA PELO PRESIDENTE LULA. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO: Entrou em vigor esta semana lei para que sejam realizadas campanhas permanentes sobre os riscos da automedicação. A nova legislação, proposta na Câmara dos Deputados em 2021, prevê que os gestores do Sistema Único de Saúde promovam campanhas de conscientização contra a automedicação, informando a população sobre os riscos dessa prática. Deve ser enfatizado principalmente o perigo da ingestão de antibióticos ou de medicamentos sujeitos a controle especial. Relatora na Comissão de Assuntos Sociais do Senado do projeto que deu origem à lei, a senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, chamou a atenção para os índices da automedicação no Brasil: (Damares Alves) "No Brasil, a grande importância do tema repercutiu na criação do Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, celebrado em 5 de maio. Todavia, os dados sobre a automedicação no Brasil ainda são alarmantes. Pesquisa encomendada pelo Conselho Federal de Farmácia evidenciou que é uma prática de 77% da população, sendo que metade declarou automedicar-se, pelo menos, uma vez por mês e, um quarto, diariamente ou, ao menos, uma vez por semana." A senadora enfatizou ainda que a automedicação impacta negativamente aspectos de saúde pública, como o uso indiscriminado de antibióticos que contribui para o desenvolvimento de resistência bacteriana, reduzindo o arsenal terapêutico disponível para o tratamento de doenças infecciosas. A senadora Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, que é médica, também ponderou sobre o problema. (Zenaide Maia) "Com o advento das redes sociais, as pessoas estão se medicando e há gravidade. O que você vê de pessoas que tomam medicamento porque o vizinho toma e empresta um antibiótico.E isso não é uma coisa simples, principalmente nas doenças infecciosas. A dor é um sintoma de algo que pode ser grave. Aí você mascara a dor por um tempo e o diagnóstico de verdade demora a ser feito, isso, inclusive, em neoplasias." A Organização Mundial da Saúde define automedicação como o uso de medicamentos para tratar doenças ou sintomas autodiagnosticados, além do uso intermitente ou continuado de um medicamento prescrito para doenças ou sintomas crônicos ou recorrentes. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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