Bancada de MS diz que incêndios no Pantanal são a pauta mais urgente da região — Rádio Senado
Meio ambiente

Bancada de MS diz que incêndios no Pantanal são a pauta mais urgente da região

Mais de 3.400 focos de incêndio foram registrados neste ano no Pantanal. É o pior cenário no bioma desde 1988. A área queimada em 2024 já chega a 627 mil hectares. A situação está preocupando os senadores da região. A Comissão do Meio Ambiente deve votar o Estatuto do Pantanal na próxima quarta-feira (PL 5482/2020). O documento estabelece regras para a exploração e a preservação do bioma. Outro projeto em tramitação é o que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (PL 1818/2022).

27/06/2024, 17h58 - ATUALIZADO EM 27/06/2024, 18h27
Duração de áudio: 03:45
Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

Transcrição
OS INCÊNDIOS NO PANTANAL ESTÃO PREOCUPANDO OS SENADORES DE MATO GROSSO DO SUL. O PROJETO QUE CRIA UM ESTATUTO PARA O BIOMA DEVE SER VOTADO NA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE NA SEMANA QUE VEM. REPÓRTER PEDRO PINCER: Mais de 3.400 focos de incêndio foram registrados neste ano no Pantanal. É o pior cenário no bioma desde 1988. A área queimada em 2024 chega a 627 mil hectares, ultrapassando os 258 mil hectares consumidos pelo fogo no mesmo período de 2020. Dessa forma, há 80% de chance de que a área queimada no Pantanal este ano supere os 2 milhões de hectares. O senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul, apontou a necessidade de aprovar projetos de proteção ao bioma e pediu medidas urgentes por parte do governo federal: (Nelsinho Trad) "Ouvir a necessidade de nós, aqui, no Congresso Nacional acelerarmos alguns projetos de lei que tem a ver com essa questão e nos comprometemos a assim fazê-lo, e estamos na expectativa de poder ver ações concretas por parte do governo federal para fazer frente aos incêndios que estão ocorrendo." Um dos projetos em pauta no Congresso é o Estatuto do Pantanal, que pode ser votado na próxima quarta-feira, na Comissão de Meio Ambiente do Senado. Ele define regras para a exploração e a preservação do bioma. Outro projeto em análise é o que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. O texto prevê a redução da incidência e dos danos dos incêndios florestais no território nacional; e a restauração do papel ecológico e cultural do fogo. Em audiência sobre o assunto no ano passado, o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, destacou que, historicamente, o Pantanal é o bioma nacional mais atingido pelas queimadas: (André Lima) "Quase 20% do território brasileiro já queimou desde 1985, no total foram 1.670.000 km², 65% disso foram incêndios em vegetação nativa, 85% no Cerrado e na Amazônia. Todavia, o bioma mais impactado foi o Pantanal, que já teve 57% de todo o seu território impactado por incêndios desde 1985." O manejo do fogo também é um das questões levantadas pela senadora Soraya Thronicke, do Podemos de Mato Grosso do Sul: (sen. Soraya Thronicke) "Nós sempre tivemos um manejo de fogo ali no Pantanal. O manejo, que é algo que os produtores rurais fazem para administrar o que é viver no Pantanal. Existe também o incêndio culposo. Pode existir um exagero no manejo. Vem ficando cada vez pior. Mas isso nos preocupa, dói. São animais morrendo." A senadora Tereza Cristina, do Progressistas de Mato Grosso do Sul, afirmou que solucionar o problema significa dinamizar o desenvolvimento da região, além de preservá-la: (sen. Teresa Cristina) "Que é um bioma único no mundo, tanto é que é patrimônio da humanidade, e que precisa de um olhar especial, um olhar para que ele continue sendo preservado, mas que também possa trazer desenvolvimento àqueles que lá estão há mais de 200 anos." Em relação aos municípios do Pantanal, Corumbá, em Mato Grosso do Sul, desponta como o primeiro no ranking de área queimada, com 348 mil hectares. Em segundo aparece Cáceres, em Mato Grosso, com 87 mil. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.

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