Pessoas negras são maioria das vítimas de homicídio, revela Atlas da Violência
O Atlas da Violência 2024, que traz os dados de mortes por homicídio no país em 2022, revelou que quarenta e seis mil, quatrocentas e nove pessoas foram assassinadas no Brasil naquele ano. Desse total, 76,5% cento tiveram como vítima pessoas pretas e pardas. Os senadores Teresa Leitão (PT-PE), e Flávio Arns (PSB-PR) comentam os dados da pesquisa.
Transcrição
DADOS DO ATLAS DA VIOLÊNCIA 2024 INDICAM QUE QUARENTA E SEIS MIL, QUATROCENTAS E NOVE PESSOAS FORAM ASSASSINADAS NO BRASIL. DESTE TOTAL, 76,5% ERAM PRETAS E PARDAS.
ALÉM DISSO, JOVENS REPRESENTAM METADE DAS VÍTIMAS DE HOMICÍDIO NO PAÍS. OS DETALHES, COM O REPÓRTER ALEXANDRE CAMPOS:
Dados do Atlas da Violência 2024 mostram que quarenta e seis mil, quatrocentas e nove pessoas foram vítimas de homicídio no ano de 2022 no Brasil. Pelo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número desse tipo de crime diminuiu 3,6 por cento, em relação a 2021 e, de certa forma, vem variando pouco, desde 2018, quando foi registrada uma queda mais acentuada no número de mortes por homicídio. Se, em 2017, foram pouco mais de sessenta e cinco mil assassinatos, em 2018, esse número caiu para quase 58 mil e, desde 2019, vem se mantendo inferior a 50 mil casos por ano.
De acordo com o Atlas, é possível verificar que a violência acontece de forma diferente entre as regiões do país e entre diversos segmentos da sociedade. Do total de homicídios registrados em 2022, 76,5 por cento tiveram como vítima pessoas pretas e pardas. Isso significa dizer que a taxa de homicídio dessa parcela da população foi de 29,7 casos por cem mil habitantes, enquanto que entre os brancos, amarelos e indígenas, esse índice foi de 10,8 por cem mil. Ou seja, em 2022, para cada pessoa não negra assassinada no Brasil, 2,8 negros foram mortos.
Segundo a senadora Teresa Leitão, do PT de Pernambuco, o homicídio de pessoas negras no país vem sendo denunciado há algum tempo. Na opinião dela, o Plano Juventude Negra Viva, elaborado por um grupo de trabalho instituído pelo governo federal em 2023, pode mudar esse cenário, com medidas preventivas e integradas em diversos setores, como educação, trabalho, saúde, cultura, segurança pública, esporte e ciência e tecnologia e valorização de territórios.
(sen. Teresa Leitão) "Nós esperamos que o próxima Atlas já mostre evidências de que esse trabalho está colhendo os frutos necessários à vida plena e com dignidade de toda a juventude brasileira."
Na categoria idade, quase metade dos homicídios registrados no país em 2022 vitimaram pessoas jovens, aquelas com idade entre 15 e 29 anos. Foram vinte e dois mil, oitocentos e sessenta e quatro casos, uma média de sessenta e dois jovens assassinados por dia. Para o senador Flávio Arns, do PSB do Paraná, os dados do Atlas chamam mais a atenção, porque estão relacionados à porção da sociedade que precisa de mais apoio e proteção:
(sen. Flávio Arns) "Isso é alarmante e nos leva a uma reflexão como sociedade. è essencial para tudo isso um debate com a sociedade, sobre os avanços legislativos e do Executivo também que precisamos buscar na direção de um país mais seguro para todos."
Da mesma forma que aconteceu no plano nacional como um todo, o número de homicídios entre os jovens caiu nos últimos seis anos, segundo o Atlas da Violência 2024. Em 2017, foram registrados trinta e cinco mil, setecentos e oitenta e três assassinatos de pessoas com idade entre 15 e 29 anos no país. Em 2022, foram vinte e dois mil, oitocentos e sessenta e quatro casos. O resultado da pesquisa pode ser acessado em ipea.gov.br/atlasviolencia. Da Rádio Senado, Alexandre Campos.