Abordagens femininas podem ser incluídas nos conteúdos curriculares — Rádio Senado
Projeto

Abordagens femininas podem ser incluídas nos conteúdos curriculares

O PL 557/2020 da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) torna obrigatória a inclusão de abordagens femininas nos conteúdos curriculares do ensino fundamental e médio. O projeto também cria a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História. Já aprovado aprovado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), o projeto segue para a Comissão de Educação (CE). A relatora, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), comentou que, em razão dos estereótipos existentes, muitas carreiras de grande reconhecimento têm baixa representação de mulheres.

20/06/2024, 13h28 - ATUALIZADO EM 20/06/2024, 13h29
Duração de áudio: 02:31
Saulo Cruz/Agência Senado

Transcrição
A INCLUSÃO OBRIGATÓRIA DE ABORDAGENS FEMININAS NOS CONTEÚDOS CURRICULARES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO AVANÇA NO SENADO. O PROJETO APROVADO PELA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS CRIA TAMBÉM A SEMANA DE VALORIZAÇÃO DE MULHERES QUE FIZERAM HISTÓRIA. A REPORTAGEM É DE LAÍS NOGUEIRA. De acordo com a proposta, as abordagens a serem incluídas nos currículos escolares devem tratar de aspectos da história, da ciência, da arte e da cultura do Brasil e do mundo para resgatar as contribuições, as vivências e as conquistas de mulheres nas áreas científica, social, artística, cultural, econômica e política.  O projeto da deputada federal Tabata Amaral também prevê que a Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História será uma campanha anual que acontecerá na segunda semana do mês de março nas escolas de educação básica. A relatora na Comissão de Direitos Humanos, senadora Soraya Thronicke, do Podemos de Mato Grosso do Sul, citou uma pesquisa em que mais de 84% de adolescentes de 14 a 19 anos não se sentem representadas nos espaços institucionais e que as mulheres têm mais chances de desistir dos cursos na área de exatas, como Engenharia. Soraya Thonicke comentou que em razão dos estereótipos existentes, muitas carreiras de grande reconhecimento têm baixa representação de mulheres. A existência desses estereótipos influencia a tomada de decisões de meninas a partir dos 6 anos de idade. O que, como consequência, contribui para que carreiras de grande reconhecimento tenham baixa representação de mulheres.  Pesquisas recentes revelam que, aproximadamente, 84,1% das meninas brasileiras entrevistadas, de 14 a 19 anos, não se sentem representadas nos espaços institucionais e que as mulheres têm mais chances de abandonarem seus estudos relacionados às áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática do que os homens.  Hoje sabemos que muitas descobertas e conquistas em diversas áreas atribuídas a homens tiveram na verdade a participação de mulheres cujos nomes foram, propositadamente, ignorados ao longo da história e durante a transmissão do conhecimento. A senadora parabenizou a Livraria do Senado pela publicação da Coleção Escritoras do Brasil, com obras que divulgam o trabalho intelectual das escritoras. E ressaltou que as mulheres estão em menos de 10% dos personagens em livros de histórias usados em escolas públicas. Mulheres são menos de 10% dos personagens em livros de histórias usados em escolas públicas. Dos 859 personagens mencionados na coleção História, Sociedade e Cidadania, somente 70 são mulheres, que aparecem muito mais do que os homens em rodapés e caixas laterais, fora do eixo central da narrativa. E eu quero exaltar a livraria do Senado Federal, que fez uma coleção de trazer poetisas desconhecidas. É linda essa coleção, acho que o último volume tem inclusive manuscritos ali dessas mulheres, poetisas incríveis, maravilhosas, que o país desconhece.  Aprovado na Comissão de Direitos Humanos, o projeto segue para a Comissão de Educação. Sob a supervisão de Hérica Christian, da Rádio Senado, Laís Nogueira.

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