Comissão de Infraestrutura debate estratégias para exploração de lítio — Rádio Senado
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Comissão de Infraestrutura debate estratégias para exploração de lítio

A Comissão de Infraestrutura discutiu as estratégias de exploração do lítio no Brasil. Considerado um mineral fundamental para a transição energética, necessária para a descarbonização da economia, o lítio é matéria-prima das baterias de veículos elétricos e de cadeias para geração de energias renováveis. Estudos apontam que sua demanda deve aumentar 40 vezes nas próximas duas décadas. O senador Esperidião Amin (PP-SC) defende que o Brasil não exporte apenas o metal, mas também o industrialize.

18/06/2024, 15h42 - ATUALIZADO EM 18/06/2024, 15h42
Duração de áudio: 03:58
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA DISCUTIU EM AUDIÊNCIA PÚBLICA AS ESTRATÉGIAS DE EXPLORAÇÃO DO LÍTIO NO BRASIL. O MINERAL É UMA DAS PRINCIPAIS MATÉRIAS-PRIMAS UTILIZADAS NA PRODUÇÃO DE BATERIAS. O REPÓRTER CESAR MENDES TEM MAIS DETALHES. O lítio é um dos minerais mais importantes para a transição energética, estratégica para a descarbonização da economia e a redução das emissões dos gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global. Matéria-prima para as baterias de veículos elétricos e das cadeias de geração de energias renováveis, o lítio pode ter sua demanda aumentada em 40 vezes nas próximas duas décadas, segundo estudos da Agência Internacional de Energia, orgão sediado em Paris e ligado à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE. O senador Esperidião Amin, do Progressistas de Santa Catarina, sugeriu o debate sobre as estratégias para a exploração do mineral no Brasil na Comissão de Infraestrutura e destacou o interesse crescente da China, dos Estados Unidos e da Europa no lítio produzido na América Latina: (senador Esperidião Amin) '' Eu queria destacar um capítulo que se abre para nós, exportar matéria-prima exige a primeira parte da expertize, mas o mais importante é trabalhar a matéria-prima e industrializar, isso que seria o grande objetivo do Brasil.'' Rodrigo Toledo Cabral Cota, do Ministério das Minas e Energia, explicou por que as baterias são tão importantes para a transição energética. Segundo ele, são duas as estratégias centrais da descarbonização: trocar a fonte fóssil de geração elétrica pelas fontes eólica e solar, o que exige sistemas de armazenamento, já que a geração solar só acontece de dia e a eólica, quando está ventando. A outra estratégia, segundo Rodrigo Toledo, são os carros elétricos, vistos por ele como "uma bateria sobre rodas": (Rodrigo Toledo Cabral Cota) "Para se fazer bateria, é preciso ter lítio, níquel, cobalto; é preciso ter cobre, alumínio e manganês. E pra se fazer motores elétricos, é preciso terras raras. A depender do cenário de demanda futura de implementação das etapas de transição energética, o consumo desses minerais poderá já, em 2030, ter uma elevação de 50% e de até 3 vezes e meia num cenário mais arrojado, que é o cenário de emissão líquida zero de carbono em 2050." Tássia de Melo Arraes, do Ministério da Ciência e Tecnologia, disse que o Plano Nacional de Mineração, publicado em 2011, define os minerais estratégicos como aqueles que o país precisa importar, caso do fosfato e do potássio; os que possuem aplicação em tecnologia, como o lítio e as terras raras; além daqueles em que o país detém vantagens comparativas, por exemplo, o ferro e o nióbio. Tássia destacou que a Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia para os anos de 2016 a 2022 previu a elaboração de um plano voltado para os minerais estratégicos: (Tássia de Melo Arraes) "E esse plano, ele considerava principalmente o lítio, o silício, as terras raras e os agrominerais e o desafio relacionado ao lítio era justamente de desenvolver tecnologias e inovações para a aplicação do lítio em produtos de alta tecnologia." Lígia Pinto, da Sigma Lithium, empresa de mineração do lítio no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, disse que quando se fala de um novo modelo de produção, ecológico e verde, não se trata apenas da questão energética, mas de uma mudança de paradigma e destacou que o Brasil é o único país que oferece hoje o lítio "verde": (Lígia Pinto) "O lítio vai ser necessário para armazenar essa energia e o ideal seria então que esse lítio também fosse verde. O Brasil, pela atuação da Sigma, é o único país do mundo que oferece no mercado o lítio verde." Lígia Pinto explicou que a tecnologia empregada pela Sigma no Vale do Jequitinhonha é carbono zero, não utiliza químicos nocivos que poluem o solo e nem barragem de rejeitos e destacou ainda a atuação socioambiental da empresa no município de Itinga, em Minas Gerais. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

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