Senadores pedem mais tempo pra votar relatório do Novo Ensino Médio — Rádio Senado
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Senadores pedem mais tempo pra votar relatório do Novo Ensino Médio

O relatório do projeto (PL 5.230/2023), que prevê uma nova reforma do ensino médio, foi apresentado à Comissão de Educação nesta terça-feira (11) pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO). O texto foi bem recebido pelos demais senadores, que pediram vistas coletivas, ou seja, um tempo adicional, para apreciar as mudanças propostas para a última etapa da educação básica, recém reformada em 2017. O senador Izalci Lucas (PL-DF) defendeu foco na educação profissionalizante.

11/06/2024, 17h45 - ATUALIZADO EM 11/06/2024, 17h45
Duração de áudio: 03:29
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Transcrição
OS SENADORES DA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO QUEREM MAIS TEMPO PARA DISCUTIR MUDANÇAS NO NOVO ENSINO MÉDIO E PEDIRAM VISTA COLETIVA. O RELATÓRIO DA SENADORA PROFESSORA DORINHA SEABRA FOI APRESENTADO NESTA TERÇA-FEIRA À COMISSÃO, E TORNA O ESPANHOL LÍNGUA OBRIGATÓRIA, ALÉM DE AUMENTAR A CARGA HORÁRIA DAS DISCIPLINAS DE LIVRE ESCOLHA DOS ALUNOS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA: O relatório da senadora professora Dorinha Seabra, do União do Tocantins, apresenta mudanças ao projeto aprovado pela Câmara, que reestrutura novamente a última etapa da educação básica, reformada em 2017. Foram 36 emendas acolhidas total ou parcialmente. Pelo texto, a carga horária total do ensino médio passará a ser de 3 mil horas, divididas em 3 anos. Oitenta por cento desse total será destinado à chamada Formação Geral Básica, com disciplinas como matemática, português e física, totalizando 2.200 horas. Os outros 20% poderão ser escohidos pelo estudante de acordo com suas preferências de formação profissional ou, ainda, de aprofundamento das matérias tradicionais, nos chamados itinerários formativos. A relatora fez questão de ressaltar que, apesar de ter reduzido a carga horária obrigatória em relação ao que foi aprovado na Câmara, há, na verdade, um aumento do que é ofertado hoje: (sen. prof. Dorinha Seabra) "Não dá pra gente comparar com o que nós temos hoje. Porque hoje temos 1.800 horas da Formação Geral Básica e os itinerários sem orientação, sem diretriz e que em nada complementam na sua implementação o que foi pensado, para se juntar na Formação Geral Básica, que eu garanto para todos os estudantes, e os e os itinerários que vão se juntar a essa formação para melhor inclusive a Formação Geral Básica. Então, quando falam 'estão tirando horas do português e da matemática'. Isso não é verdade." Outra mudança apresentada pela relatora é a inclusão de espanhol como matéria obrigatória. Hoje, apenas o inglês é exigido como língua estrangeira. O texto também garante flexibilidade para que estados como Amapá, que faz fronteira com a Guiana Francesa, ou cidades do sul, que possuem colônias europeias, possam oferecer outras opções de idioma. O projeto também torna obrigatório o oferecimento de pelo menos um curso no período noturno em cada município, quando houver demanda. O relatório foi bem recebido pelos senadores da Comissão de Educação. Para Izalci Lucas, do PL do Distrito Federal, a carga horária para as matérias optativas aprovada pela Câmara de 600 horas, estava baixa e a relatora acertou em aumentar para 800 horas. Na opinião dele, como poucos conseguem entrar na universidade, é preciso focar na educação profissional: (sen. Izalci Lucas) "É notória a dificudade que temos na educação profissional. As empresas estão desesperadads por mão de obra qualificada e não tem técnico. A gente precisa levar a sério essa questão. Não dá com 600 horas fazer educação profissional. Tem que um número maior. A não ser que faça como foi dito aqui, o professor de química dar aula de culinária. Aí, é brincar com educação." O presidente da comissão, senador Flávio Arns, do PSB do Paraná, acatou o pedido de vista coletiva para que a proposta de reforma do Ensino Médio só seja votada nas próximas semanas. A relatora disse estar disponível para discutir sugestões que garantam que a proposta siga para o plenário com condições se ser aprovada, e retornar à Câmara dos Deputados com tempo hábil para que os estados possam implementar as mudanças. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.

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