Acordo entre Mercosul e EFTA é tema de encontro entre parlamentares brasileiros e europeus
Integrantes da representação brasileira no parlamento do Mercosul se reuniram com parlamentares da Associação Europeia de Livre Comércio, formada por Noruega, Islândia, Suíça e Liechstein, para discutir os termos de um acordo que pode ser firmado entre os dois blocos. Iniciadas em 2017, as negociações serão retomadas em abril, em Buenos Aires, na Argentina. Os participantes do encontro afirmaram que o acordo vai promover o desenvolvimento das regiões e melhorar o bem-estar da população dos dois blocos.
Transcrição
INTEGRANTES DA REPRESENTAÇÃO BRASILEIRA NO PARLAMENTO DO MERCOSUL SE REUNIRAM, NESTA QUINTA-FEIRA, COM SEUS PARES DA ASSOCIAÇÃO EUROPEIA DE LIVRE COMÉRCIO PARA DISCUTIR TERMOS DE ACORDO QUE SERÁ FIRMADO ENTRE OS DOIS BLOCOS.
EM ABRIL, UMA NOVA RODADA DE NEGOCIAÇÕES DEVE OCORRER EM BUENOS AIRES, NA ARGENTINA. OS DETALHES, COM O REPÓRTER ALEXANDRE CAMPOS.
As negociações entre o Mercosul e a EFTA, Associação Europeia de Livre Comércio, formada por Noruega, Islândia, Suíça e Liechtenstein, começaram em 2017. O acordo prevê a acesso preferencial nos mercados desses países europeus para mais de 98% das importações originárias do bloco sul-americano. Como contrapartida, o Mercosul estabelecerá o livre acesso ou preferência em aproximadamente 97% do comércio com os europeus. Chefe da delegação da EFTA, o deputado suíço Thomas Aeschi destacou o potencial do acordo no comércio entre as duas regiões.
(Thomas Aeschi): "Se virmos o potencial que temos, no momento temos 7,5 bilhões de euros em comércio entre as nossas regiões. Mas queremos aumentar ainda mais esse volume entre a EFTA e os países do Mercosul."
Thomas Aeschi fez questão de ressaltar que o EFTA é mais flexível que a União Europeia, o que pode facilitar a celebração do acordo e sua posterior confirmação pelos legislativos de ambos os blocos. Já a deputada Heide Lunde, chefe da delegação norueguesa, destacou os pontos em comum na área ambiental, como a necessidade de transição energética e o dilema entre crescimento e preservação. Entre os representantes brasileiros, o senador Luis Carlos Heinze, do PP do Rio Grande do Sul, citou dados da produção agrícola brasileira que comprovam que o setor consegue crescer e ao mesmo tempo preservar a vegetação nativa.
(Luis Carlos Heinze): "Na Amazônia, nós preservamos para abrir 80% e nós não queremos devastar a Amazônia. Mas a Amazônia é um patrimônio do Brasil e como um patrimônio brasileiro, precisa ser remunerado."
Representante do Itamaraty, Phillipe Fox-Drummond afirmou que o acordo não se limita apenas a acessar mercados, mas também a promover a integração econômica e a atração de investimentos. Para ele, o ponto referente a compras governamentais precisa de ajuste e as questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável e ao meio ambiente devem ser mais bem detalhadas pelo bloco europeu.
(Phillipe Fox-Drummond): "Isso já foi anunciado para nós, pelos nossos contrapartes negociadores de EFTA, há algum tempo de que haveria algum tipo de preocupação, de discussão sobre esse assunto, mas ainda nós não vimos ainda um texto, algum tipo de questão um pouco mais específica."
Os participantes do encontro destacaram também que o acordo entre o Mercosul e a EFTA vai promover o desenvolvimento das regiões e melhorar o bem-estar da população dos dois blocos.