Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher é tema de debate no Senado — Rádio Senado
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Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher é tema de debate no Senado

Na véspera do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, os dados da décima edição da Pesquisa Nacional da Violência Contra a Mulher foram apresentados na Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH). Além de ampliar o número de entrevistas em relação às edições anteriores, pela primeira vez as mulheres transgênero foram identificadas. Outra novidade é que os números podem agora ser analisados por estado. A pesquisa foi feita pelo DataSenado. O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH, defendeu a urgência de um esforço contínuo da sociedade para promover a igualdade de gênero.

07/03/2024, 14h47 - ATUALIZADO EM 07/03/2024, 14h47
Duração de áudio: 02:20
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
OS DADOS PESQUISA NACIONAL DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER FORAM APRESENTADOS NESTA QUINTA-FEIRA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA. A REUNIÃO ACONTECEU NA VÉSPERA DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER, CELEBRADO NESTA SEXTA-FEIRA, 8 DE MARÇO. REPÓRTER CESAR MENDES. A décima edição da Pesquisa Nacional da Violência Contra a Mulher é o mais longo levantamento de opinião sobre o tema já realizado no Brasil. O DataSenado ouviu 21.787 brasileiras, com 16 anos ou mais, por telefone, entre os dias 21 de agosto e 25 de setembro do ano passado. Além do aumento no número de entrevistadas, outra inovação da pesquisa foi a inclusão de mulheres transgênero. O coordenador do DataSenado, Marcos Ruben de Oliveira, revelou que três em cada dez mulheres no Brasil já foram vítimas de violência doméstica provocada por homens. Segundo ele, como os dados foram, também pela primeira vez, separados por estado, é possível agora identificar as unidades da federação em que o problema é mais acentuado. '' Eles mostram os estados que nós podemos afirmar que de fato têm mais violência do que a média no Brasil. Então nós vemos ali Amazonas, Rondônia e Rio de Janeiro, com 38, 37% e 36% de mulheres que já sofreram violência doméstica ou familiar provocada por homem em algum momento da sua vida. Esses estados, eles têm um percentual maior em relação ao Brasil." Sandra Bazzo, representante do Ministério das Mulheres, disse que foi a Lei Maria da Penha que trouxe o conceito de violência contra a mulher para o ordenamento jurídico brasileiro.  " Nós estamos com a lei completando 17 anos e ainda nós temos mulheres que ainda não identificam que sofrem violência. Um dado que me chama a atenção é ouvir que 68% delas dizem que tem um amigo ou que conhecem alguém que sofreu violência. A gente sabe que, às vezes, é a própria pessoa que está dizendo, não eu conheço, mas não quero dizer que sou eu, porque aí vem a questão do reconhecimento da violência." O presidente da Comissão de Direitos Humanos, Paulo Paim, do PT gaúcho, disse que é preciso um esforço contínuo da sociedade para promover a igualdade de gênero.  " São cinco tipos de violência contra a mulher, física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. A violência contra a mulher no Brasil é um problema grave e persistente que afeta a segurança e o bem-estar das mulheres em todas as esferas da sociedade." Os dados da pesquisa estão disponíveis para consulta no site do Instituto DataSenado. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

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