Ministro do Trabalho quer diálogo com Congresso para melhorar salários
Em audiência na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu melhorias nas condições dos trabalhadores, combate à precarização dos empregos e o aumento do salário mínimo. Ele sugeriu diálogo com o Congresso Nacional e o empresariado. O ministro voltará à CAS no início do ano que vem.
Transcrição
O MINISTRO DO TRABALHO, LUIZ MARINHO, ESTEVE NO SENADO E DEFENDEU O DIÁLOGO COM O CONGRESSO NACIONAL PARA MELHORAR O SALÁRIO DOS TRABALHADORES.
UMA NOVA AUDIÊNCIA COM O MINISTRO DEVE ACONTECER NO INÍCIO DO ANO QUE VEM. A REPORTAGEM É DE IARA FARIAS BORGES.
Em audiência na Comissão de Assuntos Sociais, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu melhoria das condições dos trabalhadores, combate à precarização dos empregos, o que inclui o trabalho análogo ao de escravo, e o aumento do salário. Ao ressaltar que cerca de um milhão de pessoas ganham menos que R$ 1.700, ele sugeriu diálogo com o Congresso Nacional e com o empresariado.
“Alguém sustenta dignamente uma família com R$ 1.700? Evidentemente que não. A luz é a política de valorização do salário mínimo, mas é um processo. Se houver espaço de debate para a gente discutir para valer, fazer uma avaliação séria da última reforma trabalhista, era o caso. Revogaço, canetaço não esperem isso porque nós sabemos que o diálogo é que pode eventualmente remover obstáculos aqui neste debate.”
Respondendo à senadora Soraya Thronicke, do Podemos sul-mato-grossense, sobre a chamada pejotização, em que empregadores exigem que o empregado crie uma empresa, o ministro Marinho disse que esta é uma prática fraudulenta.
“Nós temos no mercado de trabalho um processo brutal de pejotização, que na verdade é fraude trabalhista.”
Ao afirmar que a garantia do trabalho e um salário digno e suficiente para as necessidades básicas de sobrevivência é um direito constitucional e que as reformas trabalhista e previdenciária prejudicaram os trabalhadores, o senador Fabiano Contarato, do PT capixaba, também defendeu a atuação do Congresso para melhorar as condições de trabalho.
“Compete a nós parlamentares fazermos uma análise efetivamente das medidas que nós estamos aprovando aqui no Senado Federal e que vai vilipendiar cada vez mais os direitos dos trabalhadores, às vezes com discurso simplista, populista.”
Já o senador Laércio Oliveira, do PP sergipano, disse que a reforma beneficiou os terceirizados.
"Eu fui o relator da lei da terceirização. E eu fico assim surpreso como é que uma pessoa faz um comentário criticando a lei da terceirização porque trouxe avanços, tirou aquele apartheid que havia dentro das indústrias.”
O ministro Luiz Marinho também falou da importância do ensino técnico profissionalizante para formar e qualificar jovens, especialmente quando a inteligência artificial pode vir a substituir empregos; da condição dos trabalhadores por aplicativos e da revisão da reforma trabalhista. O ministro voltará à comissão no início do ano que vem. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.