DataSenado lança pesquisa sobre violência contra a mulher — Rádio Senado
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DataSenado lança pesquisa sobre violência contra a mulher

Em evento na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) foi lançada nesta terça-feira (21) a 10ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizada pelo Instituto DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência. Foram ouvidas mais de 21 mil mulheres em todo o Brasil, 30% das quais já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar. A procuradora da Mulher do Senado, senadora Zenaide Maia (PSD-RN), ressaltou a importância dos dados para a elaboração de políticas públicas. A pesquisa completa pode ser consultada aqui.

21/11/2023, 13h48 - ATUALIZADO EM 21/11/2023, 13h49
Duração de áudio: 03:46
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
TRINTA POR CENTO DAS MULHERES BRASILEIRAS JÁ SOFRERAM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU FAMILIAR E MAIS DA METADE DOS AGRESSORES É O COMPANHEIRO DA VÍTIMA. É O QUE APONTA A DÉCIMA PESQUISA DO DATASENADO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER LANÇADA NESTA TERÇA-FEIRA EM AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. Realizada pelo Instituto DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, a 10ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher aponta que 30% das brasileiras já passaram por algum tipo de violência doméstica ou familiar causada por um homem. Dessas, 89% sofreram agressão psicológica; 76%, violência física; 77%, moral; e 25% violência sexual. A pesquisa mostra também que a violência varia de acordo com a situação econômica da mulher. Entre as que reveleram ter sofrido violência física, 64% recebem mais de seis salários mínimos, índice que chega a 79% entre as com renda de até dois salários mínimos. Quase metade das vítimas que pediram medida protetiva relatam descumprimento por parte do agressor. Os dados foram apresentados pela chefe de Serviço de Pesquisa e Análise do DataSenado, Isabela Campos. Ela reforçou que 52% dos agressores são o marido ou companheiro e 15% são ex-namorado ou ex-marido da mulher. “Isso mostra que o problema não é do indivíduo, não é da mulher, não é do agressor. É um problema da sociedade como um todo. Em briga de marido e mulher a gente mete a colher sim. Essa mulher não pode ficar sozinha.” Procuradora Especial da Mulher do Senado, a senadora Zenaide Maia, do PSD potiguar, destacou a importância pesquisa do DataSenado sobre a violência contra a mulher, que é realizada a cada dois anos. “Pesquisa é como você dar o diagnóstico, aí o tratamento vem depois. Aqui seria um diagnóstico sobre a violência contra a mulher para a gente poder definir políticas públicas. São dados fundamentais para a implementação de políticas públicas que garantam o combate à violência de gênero e permita que o país avance de modo mais veloz.” Esta 10ª edição ouviu 21.787 mulheres em todo o Brasil, a maior amostra de toda a série histórica, iniciada em 2005 para subsidiar a elaboração da Lei Maria da Penha. É também a mais longa, pois as entrevistas foram feitas durante um mês. Com a ampla amostra desta edição, os dados poderão ser utilizados também para políticas estaduais, como explicou a diretora da Secretaria de Transparência do Senado, Elga Lopes. “Somos referência no Brasil e nos orgulhamos disso. Quando eu ouço 22 mil mulheres, senadoras, e a resposta delas é inferência para todas as mulheres brasileiras, nós estamos dando voz a milhões de mulheres que, muitas vezes caladas, sofrem violência no país. Então isto nos dá a grata sensação de dever cumprido.” Também participaram do lançamento da pesquisa a diretora-Geral do Senado, Ilana Trombka; a diretora da Secretaria de Comunicação do Senado, Érica Ceolin; a representante do Banco Mundial, Rovane Battaglin; o consultor legislativo Henrique Salles; a coordenadora do Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal, Maria Teresa Prado; o coordenador do Instituto DataSenado, Marcos Ruben de Oliveira; e a representante do Instituto Avon, Beatriz Accioly Lins.  O lançamento da pesquisa faz parte da programação de 21 dias de atividades de combate à violência contra a mulher, que inclui audiências públicas, seminários e exposições. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

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