Regras para inteligência artificial devem levar em conta impactos em cada setor econômico
A regulamentação da inteligência artificial no Brasil deve levar em conta os impactos e perfis de risco em cada setor econômico. A opinião é de especialistas que participaram de uma audiência pública no Senado nesta terça (1º). Os debatedores destacaram as oportunidades e ameaças de novas tecnologias que já estão presentes no cotidiano dos brasileiros.
Transcrição
A REGULAMENTAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO BRASIL DEVE LEVAR EM CONTA OS IMPACTOS E PERFIS DE RISCO EM CADA SETOR ECONÔMICO.
A OPINIÃO É DE ESPECIALISTAS QUE PARTICIPARAM DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO. REPÓRTER: FLORIANO FILHO.
Tecnologias baseadas na inteligência artificial vem ocupando cada vez mais espaço em vários setores da sociedade e da economia. Já é possível notar mudanças na forma como contratamos serviços por meios digitais. Essa transformação apresenta oportunidades e desafios. No setor da indústria, a inteligência artificial pode aumentar as taxas de produtividade e melhorar a logística de distribuição, reduzindo custos e trazendo ganhos na competitividade em mercados locais e internacionais. Por outro lado, aumentam os riscos de automação dos empregos e a necessidade de requalificação de mão de obra. O mesmo pode acontecer em segmentos como agricultura, financeiro, advocacia ou serviços públicos. A Comissão Temporária do Senado sobre Inteligência Artificial realizou uma audiência pública com representantes de diferentes setores para aprofundar essa discussão. O Presidente do Conselho de Inovação do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Giovanni Cerri, afirmou que essas novas tecnologias têm aplicações muito diversas no setor de saúde. Podem incluir gestão da saúde, educação ou pesquisa clínica, por exemplo, onde, segundo ele, a inteligência artificial não representa um alto risco.
Acreditamos que a categorização de todas as aplicações de inteligência artificial no setor de saúde como alto risco é um equívoco.
Robert Janssen, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Rio de Janeiro, defendeu regulamentações que levem em conta os distintos impactos e perfis, dependendo do setor. E que haja prudência na mitigação de riscos.
Mas, ao mesmo tempo, fazer o desenvolvimento da inovação com um fundo indutor para que haja mais desenvolvimento sócio-econômico em todos os países.
No setor financeiro, Daniel Stivelberg, do grupo de Regulação de Dados da empresa Zetta, destacou as possibilidades para os profissionais que conseguirem se especializar e aproveitar as novas tecnologias em seu próprio benefício.
O ecossistema que gera transformação econômica, mas tembém tem impactos secundários muito positivos na economia como um todo, com empregos altamente especializados, com profissionais com uma remuneração acima da média nacioinal.
O senador Eduardo Gomes, do PL de Tocantins, relator do Marco da Inteligência Artificial no Brasil, afirmou que a comissão vai aprofundar os debates com as agências reguladoras.
Nós vamos fazer aqui uma audiência pública específica para todas as agências reguladoras porque eu acho que está muito claro que se precisa levar essa contribuição para o debate no plenário.
Todos os debates da comissão sobre inteligência arfificial que ocorreram até agora estão disponíveis na página da internet no Senado. Da Rádio Senado, Floriano Filho.