Bancários denunciam adoecimento mental provocado por pressão no trabalho — Rádio Senado
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Bancários denunciam adoecimento mental provocado por pressão no trabalho

Os representantes dos bancários denunciaram a precarização das condições de trabalho e o adoecimento mental da categoria, em debate na Comissão de Direitos Humanos (CDH), nesta quinta-feira (26/10). Representante da Federação Nacional dos Bancos questionou se os problemas relatados podem ser atribuídos às atividades laborais ou não.

26/10/2023, 20h38 - ATUALIZADO EM 26/10/2023, 20h38
Duração de áudio: 02:20
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
BANCÁRIOS DENUNCIAM ADOECIMENTO MENTAL PROVOCADO POR PRESSÃO NO TRABALHO. DEBATE ACONTECEU NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO. RÉPORTER JÚLIA LOPES: As condições de trabalho nos bancos foram debatidas na Comissão de Direitos Humanos. Os bancários representam 1% dos empregos formais no Brasil, mas são 24% dos afastados por doenças mentais e comportamentais no país. A procuradora do Trabalho, Cirlene Luiza, destacou o cenário de precarização vivenciado por esses trabalhadores. Para ela, os bancos não dão a devida atenção ao adoecimento de seus funcionários e não  apresentam soluções efetivas para o problema: Quando a empresa, o setor, não reconhece o adoecimento, significa que nada é feito para melhorar as condições de trabalho, para adequar as condições de trabalho e evitar que aquele cenário de adoecimento continue acontecendo. Os bancos hoje são grandes sub notificadores. E temos felizmente sendo sindicatos bastante ativos e que buscam fazer essas notificações. A gravidade e a falta de visibilidade do tema foram destacadas pelo representante do sindicato dos Bancários, Mauro Salles. Ele relata, inclusive, cárcere privado de funcionário que não bateu a meta: Sabe o que é que esse cárcere privado pessoal? Não deixava sair os colegas enquanto não se batesse a meta. Imagine! Isso aqui foi provado porque, senão, não teriam sido condenado no Judiciário. Não é uma denúncia vazia, não é? E também o absurdo nessa mesma sentença do Tribunal Regional da Primeira Região, abstenha-se de prática discriminatória em razão de padrão estético de seus empregados, principalmente as mulheres são coagidas a irem bonitinhas, bem trajadas, para usar o estereótipo feminino para tentar bater meta. Isso aí é um absurdo.  O representante da Federação Nacional dos Bancos, Adauto Duarte, questionou se o adoecimento mental relatado pelos bancários pode ser atribuído às atividades laborais: Nós estamos a dizer o seguinte, então tem uma legislação que manda investigar o nexo. Ela não é feita, não, não é feita. Então nós estamos então dizendo que é ocupacional, algo que não é. Qual é a preocupação disso? Endereçamento de política pública e de tratamento da pessoa. Se nós erramos no diagnóstico o tratamento, será adequado? Nós vamos conseguir fazer prevenção no ambientes de trabalho?  O debate na CDH foi pedido pela senadora Augusta Brito, do PT do Ceará. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Júlia Lopes.

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