Relatora pede indiciamento de mais de 60 pessoas, incluindo Bolsonaro e cúpula de militares; Oposição responsabiliza Lula por omissão — Rádio Senado
CPMI do 8 de Janeiro

Relatora pede indiciamento de mais de 60 pessoas, incluindo Bolsonaro e cúpula de militares; Oposição responsabiliza Lula por omissão

A relatora da CPMI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu o indiciamento de 61 pessoas por associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e por golpe de estado. Entre elas, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros, como o da Justiça, Anderson Torres, além de militares e da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal. Eliziane destacou que os atos do dia 8 de janeiro foram planejados desde o início do mandato de Bolsonaro. Já a oposição apresentou dois votos em separado apontando a omissão do governo atual e pedindo indiciamento do ministro da Justiça, Flávio Dino, e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, general G. Dias. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter permitido as invasões, apesar dos alertas, para faturar politicamente e criminalizar a direita. O relatório será votado na reunião desta quarta-feira (18).

17/10/2023, 18h49 - ATUALIZADO EM 17/10/2023, 18h49
Duração de áudio: 03:39
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
RELATORA DA CPMI DO 8 DE JANEIRO PEDE O INDICIAMENTO DE SESSENTA PESSOAS, INCLUINDO BOLSONARO E CÚPULA DE MILITARES. OPOSIÇÃO RESPONSABILIZA LULA E MINISTRO DA JUSTIÇA POR OMISSÃO E CRITICA SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. No relatório de mais de 1.300 páginas, a senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, destacou que os ataques do dia 8 de Janeiro não foram um fato isolado, mas uma tentativa de golpe, que teve início no primeiro ano de mandato do ex-presidente Bolsonaro. Ela citou o arregimento das Forças Armadas e das polícias, a atuação das milícias digitais com a disseminação de notícias falsas e discursos de ódio e os ataques à Justiça Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal. Eliziane Gama sugeriu o indiciamento de mais de 60 pessoas por associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e por golpe de Estado. Entre elas, diversos militares, a exemplo dos ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno e dos ex-comandantes do Exército, Marco Freire Gomes, e da Marinha, Almir Garnier. Também estão na lista o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques; a delegada da Polícia Federal, Marília de Alencar; a deputada federal Carla Zambelli, além de nove militares do Gabinete de Segurança Institucional e da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal. Eliziane Gama afirmou que Bolsonaro foi o autor intelectual da tentativa de golpe.  O nome é Jair Messias Bolsonaro. A democracia brasileira foi atacada. Massas foram manipuladas com discurso de ódio. Milicianos digitais foram empregados para disseminar o medo desqualificar adversários e promover ataques ao sistema eleitoral. Forças de seguranças foram cooptadas. Tentou-se corromper ou obstruir e anular as eleições. Um golpe de estado foi ensaiado.  A oposição apresentou um voto em separado apontando a omissão do governo por ter recebido os alertas da Agência Brasileira de Inteligência e não impedir os ataques. Criticou o Supremo Tribunal pela prisão de manifestantes ordeiros e pacíficos que não podem ser condenados por terrorismo. Argumentou que só poderia haver um golpe de Estado com armas. Pediu o indiciamento do ex-diretor da Abin, Saulo Moura; do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, general G. Dias, e do ministro da Justiça, Flávio Dino, por não ter acionado a Força Nacional de Segurança Pública nem enviado as imagens do prédio no dia dos ataques. O senador Flávio Bolsonaro, do PL do Rio de Janeiro, destacou o indiciamento do presidente Lula, que, segundo ele, teria permitido os ataques para faturar politicamente e criminalizar a direita.  A leniência de Lula teve uma contribuição fundamental para permitir a invasão e a destruição do patrimônio público. Se ele tivesse agido conforme determina o arcabouço de atribuições legais, não abandonado a cidade e impondo sem tergiversar a proteção dos prédios públicos federais, certamente, as invasões não teriam ocorrido ou os danos seriam minimizados. Resta inequívoca a necessidade de indiciamento do atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.  O senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, também apresentou um voto em separado responsabilizando o governo pelos ataques e sugerindo o indiciamento do ministro da Justiça e do ex-ministro do GSI. Na reunião desta quarta-feira, os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro vão discutir o relatório e os votos em separado. Em seguida, a comissão vai votar o parecer da senadora Eliziane Gama. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

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