IBGE explica crescimento da população indígena — Rádio Senado
CPI das ONGs

IBGE explica crescimento da população indígena

A CPI das ONGs ouviu nesta terça-feira (10) representantes do IBGE que explicaram o aumento de 88% da população indígena no Censo Demográfico, em relação à última contagem, realizada em 2010. Para o relator da CPI, Marcio Bittar (União-AC), o aumento da população indígena brasileira atende a interesses internacionais contrários à exploração econômica da Amazônia. Ele apontou a participação de ONGs na pesquisa, mas a diretora-executiva do IBGE, Flavia Santos, disse que isso não acontece na etapa de coleta de dados.

10/10/2023, 20h28 - ATUALIZADO EM 10/10/2023, 20h28
Duração de áudio: 03:24
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
OS REPRESENTANTES DO IBGE EXPLICARAM, NA CPI DAS ONGS, O CRESCIMENTO DE INDÍGENAS REGISTRADO NO ÚLTIMO CENSO . OS SENADORES QUESTIONARAM A METODOLOGIA USADA PARA O LEVANTAMENTO DESSAS INFORMAÇÕES. REPÓRTER CESAR MENDES. De acordo com dados do último censo realizado pelo IBGE, a população indígena brasileira é de um milhão 693 mil pessoas. Um crescimento de 88 por cento em relação ao que foi apurado 12 anos atrás, no censo de 2010. O presidente da CPI, Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, disse que existem relatos de pessoas que teriam sido coagidas para se declararem indígenas. A pesquisadora do IBGE, Marta Antunes, explicou que a opção indígena sequer existia no primeiro censo do país, realizado em 1872 e que ela só apareceu na categoria 'cor ou raça' do censo do IBGE a partir de 1991. Segundo ela, avanços metodológicos vêm sendo incorporados na pesquisa. Mesmo assim, o questionário adotado em 2021 foi o mesmo de 2010 e duas perguntas permitiam que os entrevistados se identificassem como indígenas. ''A pergunta de cor ou raça, ela foi responsável por 1.226.438 pessoas. A pergunta 'se considera indígena' foi aberta para 18 milhões de pessoas e apenas 2,5% responderam afirmativamente né, 467 mil e noventa e sete. Pra gente saber dessa variação que a gente teve de 88,8% no total de população indígena o que que se deve a crescimento demográfico, a gente precisa aguardar a divulgação dos quesitos de fecundidade, mortalidade e migração.'' O senador Zequinha Marinho, do Podemos do Pará, questionou a confiabilidade dos dados do último censo do IBGE, apontando municípios do seu estado onde, no seu entendimento, os resultados não condizem com a realidade.  '' Dois municípios, Rondon do Pará e Jacundá, ficam próximos mais ou menos. Nessas duas cidades não tem como não ter em torno de 50 mil habitantes e elas estão hoje com 30 e poucos mil habitantes. Como é que se explica isso? Lá no estado a gente não via o IBGE trabalhando, eu acho que 40 a 50% da população não recebeu o rapaz do censo lá.'' Para o relator da CPI, Marcio Bittar, do União do Acre, o aumento da população indígena brasileira atende a interesses internacionais contrários à exploração econômica da Amazônia. E que isso acontece, segundo ele, com a interferência de ONGs. '' Lá em Autazes (AM), onde se descobriu mais uma área de reserva de potássio, aumentou a população indígena por coincidência em 48% naquela região e isso está dando base para tentar criar uma outra reserva indígena em cima de uma outra reserva de mina potássio. É uma claríssima interferência internacional. ''  Bittar disse que o relatório do censo revela a participação de ONGs, mas a diretora-executiva do IBGE, Flavia Santos, explicou que essa participação não acontece na fase de coleta de dados, mas apenas no levantamento cartográfico. '' O IBGE não inventa gente, não inventa índio, não inventa população. O IBGE vai a campo e conta e da melhor forma possível, de acordo com a tecnologia disponível no momento, a gente teve um salto tecnológico de 2010 para 2022 que nos possibilitou encontrar populações em territórios onde anteriormente a gente não encontrava, porque a gente não tinha esse mapeamento.'' O presidente da CPI, Plinio Valerio, do PSDB do Amazonas, reafirmou a participação de ONGs no censo e disse que a CPI vai abrir, o que ele classificou, como "caixa preta". Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

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