CPI das ONGs ouve representante da ONG IPÊ — Rádio Senado
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CPI das ONGs ouve representante da ONG IPÊ

A CPI das ONGs ouviu Eduardo Ditt, diretor executivo do Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ, organização da sociedade civil com sede no estado de São Paulo, mas com projetos na região do Alto Rio Negro - AM financiados por recursos do Fundo Amazônia. O relator da CPI, Marcio Bittar (União-AC), questionou o impacto dos projetos financiados pelo Fundo diante do aumento das emissões da gases pelos países financiadores. Ditt disse que não cabe ao IPÊ fazer esse tipo de avaliação.

03/10/2023, 15h08 - ATUALIZADO EM 03/10/2023, 15h11
Duração de áudio: 03:02
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A CPI DAS ONGS OUVIU O DIRETOR EXECUTIVO DO INSTITUTO DE PESQUISAS ECOLÓGICAS - IPÊ. ELE DEFENDEU O USO DE RECURSOS INTERNACIONAIS EM PROJETOS DESTINADOS A DIMINUIR O DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA. REPÓRTER CESAR MENDES. O IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas é uma 'organização da sociedade civil' com sede em Nazaré Paulista, no estado de São Paulo. Conta com mais de 80 profissionais que atuam em cerca de 30 projetos, implantados em locais variados como o Pontal do Paranapanema, no estado de São Paulo, o Baixo Rio Negro, no Amazonas, além de áreas do Pantanal e do Cerrado, em Mato Grosso do Sul. Eduardo Humberto Ditt, diretor executivo do IPÊ, explicou o funcionamento de um projeto voltado para a região amazônica, um dos focos de investigação da CPI. '' É o projeto 'Legado e Integrado para a Região Amazônica', é um projeto que tem financiamento do BNDES e do Fundo Amazônia e ele tem como objetivo geral contribuir para aumentar a efetividade de gestão de áreas protegidas na Amazônia Legal. E esse projeto, ele acontece em seis grandes blocos de áreas protegidas, são extensões territoriais bastante grandes e eles têm sérios desafios de ordenamento  territorial, de gestão local das unidades e também de integração com as associações comunitárias locais.'' Eduardo Ditt explicou também como é feita a captação, a gestão e o uso dos recursos financeiros da instituição e apresentou um raio X das fontes de financiamento do IPÊ no ano passado. '' A gente vê aqui que em 2022, 36% dos recursos do orçamento do IPÈ, eles vieram de organizações internacionais, 26% de empresas nacionais e o restante, que dá próximo de 40%, está distribuído de uma maneira mais ou menos igualitária entre as demais fontes de financiamento.'' O relator da CPI, Marcio Bittar, do União do Acre, levantou dúvidas sobre a verdadeira intenção de países como Alemanha e Noruega ao financiarem projetos como o que o IPÊ realiza com dinheiro do Fundo Amazônia.  '' A Alemanha sozinha emite mais CO2 no planeta do que o Brasil inteiro e agora, nesse ano, quando fizer a conta no final do ano, vai ser mais ainda porque ela está queimando carvão. A Noruega, a mesma coisa! Então qual é a lógica? Vocês acham que estão com o dever cumprido, de trabalhar com o dinheiro da Noruega, da Alemanha, para diminuir a emissão no Brasil, de certa forma compensando de lá, mas eles não estão preocupados com isso. Me parece que ao fazer esses pagamentos, eles se sentem liberados para aumentar, como estão fazendo. Então, a conta final não fecha, vocês diminuem aqui um Delta e eles aumentam dez Deltas!'' Eduardo Ditt disse que esse tipo de avaliação estaria além do que cabe ao IPÊ fazer. '' Cabe ao IPÊ escolher os seus projetos, verificar se eles são legítimos, se eles estão dentro da lei e se eles estão de fato contribuindo para as mudanças climáticas.'' O senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, disse que é um defensor das ONGs porque, segundo ele, o terceiro setor é tão importante quanto o setor público e o setor privado. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

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