Kajuru destaca preocupação com onda de calor que atinge o Brasil
O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) disse que o Brasil não está preparado para enfrentar os efeitos de ondas de calor como a que o país enfrenta neste mês de setembro. Ele destacou as medidas adotadas na cidade de São Paulo, que registrou o dia mais quente do ano em 24/9 e disse que é preciso esforço do poder público e da sociedade para lidar com o problema. Kajuru destacou que ondas de calor como a que o país registra alertam para a necessidade de redução das emissões de gases do efeito estufa.
Transcrição
A ONDA DE CALOR QUE ATINGE O PAÍS GANHOU DESTAQUE NO PLENÁRIO DO SENADO.
O SENADOR JORGE KAJURU DISSE QUE O BRASIL NÃO ESTÁ PREPARADO PARA ENFRENTAR AS CONSEQUÊNCIAS DAS MUDANÇAS NO CLIMA. REPÓRTER CESAR MENDES.
Os brasileiros enfrentam uma das ondas de calor mais intensas já registradas no país. A cidade de São Paulo, por exemplo, bateu o recorde de temperatura do ano no dia 24 de setembro, registrando 36,5 graus centígrados nos termômetros. A ONU alerta que desde 2015, temperaturas muito elevadas vem sendo registradas em diversos pontos do planeta. E que existem 98% de chances de que pelo menos um ano entre 2023 e 2027 ultrapasse essas marcas. Para o senador Jorge Kajuru, do PSB de Goiás, essas são evidências do desequilíbrio do clima provocado pela ação do homem.
'' O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, fez uma declaração dramática. A crise do clima provocada pela atividade humana, abro aqui aspas, abriu as portas do inferno, fecha aspas. Ele se referia aos efeitos do aquecimento do ar e da superfície dos oceanos, registrados simultaneamente em várias partes do planeta, com inundações, seca, tufões, ciclones, queimadas e principalmente ondas de calor.''
Kajuru destacou que o fenômeno climático El Niño, que aquece o Oceano Pacífico e altera a distribuição de umidade e calor no planeta, agrava o problema. E disse que o poder público e a sociedade civil precisam adotar medidas para a minimizar os efeitos na população.
''A Prefeitura de São Paulo montou tendas para ofertar água potável, algumas dotadas de ambulância para eventuais emergências; embora restrita, para mim, uma iniciativa louvável. Além da distribuição de água, há exemplos do exterior que podem ser adaptados, como a ampliação do horário de funcionamento de ambientes refrigerados, como os shoppings, e a suspensão de atividades laborais em horários críticos.''
Já o senador Veneziano Vital do Rego, do MDB da Paraíba, disse que o Brasil tem feito a sua parte no esforço de enfrentamento das mudanças climáticas, ao contrário das nações desenvolvidas que, segundo ele, não cumprem o compromisso de ajudar os países mais pobres.
''O Brasil tem tudo para não apenas dar as demonstrações e os exemplos maiores às grandes potências, que continuam a desconhecer, sob o aspecto da sua responsabilidade, porque são os grandes responsáveis e também negligenciam no tocante aos compromissos que vêm desde a Eco-92, lá no Rio de Janeiro, de compartilhar com os países que mais sofrem participações financeiras que nunca chegam.''
Kajuru sugeriu ainda a volta do horário de verão, abolido em 2019, como medida para o enfrentamento das ondas de calor. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.