CPI das ONGs ouve secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente — Rádio Senado
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CPI das ONGs ouve secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente

A CPI das ONGs ouviu a secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni. Autor do convite, senador Marcio Bittar (União-AC), pediu informações sobre sua participação no conselho deliberativo da ONG Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, mas ela disse que se afastou da ONG antes de assumir o cargo. Bittar questionou ainda doações ao Fundo Amazônia feitas pela Noruega, um grande produtor de Petróleo. Ana Toni disse que a mudança climática freia o desenvolvimento.

26/09/2023, 16h42 - ATUALIZADO EM 26/09/2023, 17h01
Duração de áudio: 02:51
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A CPI DAS ONGS OUVIU A SECRETÁRIA DE MUDANÇA DO CLIMA DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, ANA TONI. ELA DEFENDEU A IDEIA DE QUE O ENFRENTAMENTO DO AQUECIMENTO GLOBAL ASSEGURA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. REPÓRTER CESAR MENDES. No convite para que a secretária de Mudança do Clima viesse à CPI, o senador Marcio Bittar, do União do Acre, citou a possibilidade de conflito de interesses em virtude da participação dela no conselho deliberativo da ONG Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM. Ana Toni disse que sua trajetória como pesquisadora mostra seu compromisso com o enfrentamento da mudança do clima e informou ter se afastado do conselho antes de assumir o cargo no Ministério do Meio Ambiente. Ao destacar importância do debate sobre as mudanças climáticas, Márcio Bittar disse que o foco da CPI é outro. Ele considera importante discutir o papel do homem no aquecimento global e avaliar se as ações empreendidas em nome dessa causa comprometem o desenvolvimento econômico. Marcio Bittar citou o caso da Noruega que, segundo ele, doa dinheiro para o Fundo Amazônia ao mesmo tempo em que empresas de capital público norueguês recebem isenções fiscais no Brasil. '' A senhora não acha que há aí no mínimo uma hipocrisia de um país que doa um bilhão, recebe seis bilhões e meio de isenção e que basicamente financia ONGs no Brasil que atuam contra a emissão de combustíveis fósseis, sendo que é disso que ela vive, quer dizer, mais da metade do PIB per capita, do PIB norueguês, é de petróleo e gás, que agora mandou perfurar mais ainda no Mar do Norte. A senhora não acha que aí, no mínimo, existe uma hipocrisia?'' Ana Toni alegou desconhecer detalhes do caso citado por Marcio Bittar, mas defendeu a adoção de medidas para o enfrentamento das mudanças climáticas como fundamental para garantir o desenvolvimento do país. '' Tenho convicção que nenhum país, estado, município ou comunidade deve ter que escolher entre lutar contra a pobreza e lutar contra a mudança do clima. A mudança do clima é um acelerador de pobreza e de desigualdade. O relatório do balanço global que está para ser apresentado na próxima COP em Dubai deixa isso muito claro. Ele diz que a mudança do clima está erodindo os ganhos passados de desenvolvimento humano e sem uma forte ação, a mudança do clima pode impedir a habilidade dos países de ter seus ganhos no futuro, não podemos deixar que isso aconteça.'' Jaques Wagner, do PT da Bahia, disse não ver hipocrisia quando companhias de petróleo financiam a preservação da Amazônia porque, segundo ele, a solidariedade ambiental hoje é um comportamento quase que obrigatório em todo o mundo. '' O que esses países produtores de petróleo de uma certa forma fazem é, eu não quero ofender, mas vamos dizer, é limpar a face.'' Ana Toni falou ainda da sua experiência como diretora-executiva da ONG Instituto Clima e Sociedade, função que exerceu entre março de 2015 e fevereiro de 2023. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

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