Ministro do STF autoriza assessor de Bolsonaro a faltar ao depoimento desta terça-feira — Rádio Senado
CPMI do 8 de Janeiro

Ministro do STF autoriza assessor de Bolsonaro a faltar ao depoimento desta terça-feira

Por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça o segundo-tenente do Exército Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro, está liberado de comparecer ao depoimento desta terça-feira. O militar é investigado pela Polícia Federal no caso da venda de presentes recebidos em eventos oficiais. Essa é a segunda vez que um depoente da CPMI pode se ausentar da comissão. A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), alertou que esse tipo de liminar retira o poder constitucional de investigar de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

19/09/2023, 09h27 - ATUALIZADO EM 19/09/2023, 09h52
Duração de áudio: 02:48
Carlos Moura/SCO/STF

Transcrição
MINISTRO DO SUPREMO AUTORIZA ASSESSOR DE BOLSONARO A FALTAR AO DEPOIMENTO DESTA TERÇA-FEIRA DA CPMI DO 8 DE JANEIRO. RELATORA DEFENDE ACAREAÇÃO ENTRE O EX-PRESIDENTE E O EX-AJUDANTE DE ORDENS. OPOSIÇÃO ACUSA GOVERNO DE DESVIAR INVESTIGAÇÃO SOBRE EVENTUAIS OMISSÕES. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, concedeu um habeas corpus para o segundo-tenente do Exército, Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro,  faltar ao depoimento desta terça-feira. O militar é investigado pela Polícia Federal no caso da venda de presentes recebidos em eventos oficiais. Essa é a segunda vez que um depoente da CPMI não precisa comparecer à comissão. Na semana passada, o ministro do STF, Kassio Nunes, autorizou a ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar, a faltar. A relatora, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, declarou que as últimas liminares retiraram o poder constitucional de uma Comissão Parlamentar de Inquérito investigar. Ela considerava essencial o depoimento de Crivelatti pela ligação com o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Eliziane Gama vai insistir na aprovação de uma acareação entre Mauro Cid e Bolsonaro. Nós temos hoje o Mauro Cid que faz uma delação premiada e acredito que essa contraposição entre o que ele fala e o que o ex-presidente do Bolsonaro fala será vital. Na delação premiada ele apontou para a parte das vacinas, para a parte das joias e para parte do golpe, que é o ponto central de investigação desta CPMI. Então, acredito que se a gente conseguir aprovar esse requerimento de acareação será um ganho muito importante, será um avanço muito importante para o fechamento dos trabalhos desta comissão. Ao se posicionar contrariamente à acareação entre Mauro Cid e Bolsonaro, o senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia, avalia que essa iniciativa e até o depoimento de Crivelatti têm o objetivo de desviar o foco da CPMI para não investigar a suposta omissão do governo federal no dia dos ataques.   Por que que a relatora não quer investigar, por exemplo, a omissão do Ministério da Justiça, que tinha a Força Nacional à disposição e que não empregou efetivo para garantir a segurança, a proteção dos prédios públicos? É lamentável que a relatora tente buscar depoimentos que colocam apenas Bolsonaro como alvo. Bolsonaro já não era mais o presidente. Tem mais a ver com alguém que está tentando esconder o que de fato aconteceu do que uma investigação que procure lançar luz ao 8 de janeiro. Apesar da provável ausência de Crivelatti, a reunião da CPMI do 8 de Janeiro desta terça-feira está mantida. Os parlamentares deverão repercutir a decisão do ministro André Mendonça reforçando as críticas contra o STF. Na semana passada, a Advocacia do Senado recorreu contra o habeas corpus concedido. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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