Relatora detalha investigações da PGR sobre omissão de ex-comandante da PMDF — Rádio Senado
8 de Janeiro

Relatora detalha investigações da PGR sobre omissão de ex-comandante da PMDF

De posse de um habeas corpus, o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira, se recusou a responder às perguntas dos integrantes da CPMI do 8 de Janeiro alegando desconhecer os autos do processo. Se limitou a dizer que não participou ou incitou as invasões. A relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), detalhou as investigações da Procuradoria-Geral da República que mostram omissão proposital do coronel nos atos do dia 8 facilitando a entrada dos manifestantes nos prédios públicos. Já o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) questionou porque oficiais da PM estão presos por omissão e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, G. Dias, não está.

29/08/2023, 18h31 - ATUALIZADO EM 29/08/2023, 18h32
Duração de áudio: 03:00
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
EX-COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL PERMANECE EM SILÊNCIO EM DEPOIMENTO À CPMI DO 8 DE JANEIRO. RELATORA DESTACA INVESTIGAÇÃO DA PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA QUE APONTOU OMISSÃO DA CORPORAÇÃO. JÁ OS INTEGRANTES DA OPOSIÇÃO QUESTIONAM TRATAMENTO DIFERENCIADO À CÚPULA DO GOVERNO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Munido de um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira, se negou a fazer o juramento de dizer a verdade. Antes de permanecer em silêncio, o militar negou envolvimento com os atos do dia 8 de janeiro. Após o resultado das eleições prontamente manifestei em reuniões com a tropa aquilo que acredito que é a base estrutural da Polícia Militar do Distrito Federal. Somos uma polícia de estado e não de governo e por isso deveríamos atuar para garantir o resultado proclamado nas urnas, a ordem, sobretudo, a democracia com uma transição pacífica até a posse presidencial. Jamais compactuei, assenti, participei ou permiti que atacasse o nosso estado democrático de direito. A relatora, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, citou as investigações da Procuradoria Geral da República que detalham a omissão “proposital” do ex-comandante da PMDF e que motivaram o segundo pedido de prisão dele e de outros oficiais da corporação. Ela citou trocas de mensagens com policiais em que defendia um golpe contra o governo do presidente Lula e compartilhamento de notícias falsas. Ainda com base nos documentos da PGR, Eliziane Gama apontou que o ex-comandante da PMDF recebeu alertas sobre o aumento da chegada dos manifestantes. Destacou ainda que o coronel convocou apenas 200 policiais que estavam no curso de formação e que teria ordenado a liberação dos manifestantes. Pelo baixo efetivo, pela baixa estruturação, mas, sobretudo, pela falta de comando e pela falta de decisão. Teve aviso, teve informe do sistema de inteligência, mas se colocou um baixo efetivo sem as condições técnicas suficientes para isso e ainda sem comando. Ou seja, não tinha como dar certo. Foi planejado simplesmente para dar errado. Os parlamentares da oposição, autores da convocação do coronel, a exemplo do senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, questionaram porque os oficiais da PM estão presos por omissão e os integrantes do governo federal não estão, como o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, general G. Dias. Na prática você tem que adotar, não pode ter dois pesos duas medidas. O GSI sabia de tudo, ainda colaborou e tratou gentilmente todo mundo, serviu cafezinho, serviu água, adulterou documento, o que é gravíssimo isso, mandar para o Senado tudo adulterado e não acontece nada. E a PGR que deveria também fazer a mesma peça para o GSI, só fez para polícia do DF. Na quinta-feira, os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro vão ouvir o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, general G. Dias. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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