Relatora da CPMI do 8 de Janeiro quer votar quebra de sigilos de Bolsonaro e de militares que se reuniram com hacker — Rádio Senado
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Relatora da CPMI do 8 de Janeiro quer votar quebra de sigilos de Bolsonaro e de militares que se reuniram com hacker

Os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro deverão votar nesta terça-feira dezenas de requerimentos a serem definidos pelo presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA). A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), defende a aprovação das quebras de sigilos telemáticos do hacker Walter Delgatti Neto, de militares que teriam participado de reunião no Ministério da Defesa sobre fraudes nas urnas eletrônicas, e do ex-presidente Bolsonaro. Já a oposição quer agendar o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, general G. Dias. O senador Marcos Rogério (PL-RO) citou que o militar já é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por suposta omissão nos ataques. Na quinta-feira, deverá prestar depoimento o sargento Luis Marcos dos Reis, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro. Preso desde maio por suposta fraude no cartão de vacinação do ex-presidente da República, o militar movimentou mais de R$ 3 milhões entre junho de 2021 e agosto de 2023 e participou dos atos do dia 8.

21/08/2023, 13h15 - ATUALIZADO EM 21/08/2023, 13h17
Duração de áudio: 02:51
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
INTEGRANTES DA CPMI DO 8 DE JANEIRO DEDICAM A TERÇA-FEIRA À VOTAÇÃO DE REQUERIMENTOS. A RELATORA DEFENDE A QUEBRA DE SIGILOS DE BOLSONARO E ACAREAÇÕES. JÁ A OPOSIÇÃO QUER MARCAR A DATA DO DEPOIMENTO DO EX-MINISTRO DO GABINETE DE SEGURANÇA PÚBLICA DE LULA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. A reunião desta terça-feira da CPMI do 8 de Janeiro será dedicada à votação de requerimentos, que serão definidos pelo presidente da comissão, deputado Arthur Maia, do União da Bahia. Após o depoimento da última quinta-feira em que o hacker Walter Delgatti Neto revelou ter recebido um pedido do ex-presidente Bolsonaro para invadir a urna eletrônica e assumir um grampo no telefone do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e ter participado de reuniões no Ministério da Defesa, a relatora, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, vai defender a quebra dos sigilos telemáticos dos militares envolvidos nesses encontros e do próprio ex-presidente da República. Dentre essas várias quebras eu tenho muita convicção de que nós precisamos solicitar a quebra telemática do sigilo do ex-presidente Bolsonaro e também a solicitação de RIFs, que são os relatórios do COAF, que nos darão, na verdade, a informação se houve algum tipo de transação financeira relacionada aí para os atos do 8 de janeiro. Nós precisamos de fato aprovar esses requerimentos e fazer uma análise apurada das informações que deverão chegar a esta comissão. A oposição, por sua vez, vai insistir no depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general G. Dias. O requerimento já foi aprovado. O senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia, ressaltou que o ministro Alexandre de Moraes acatou um pedido do partido Novo para incluir G. Dias no procedimento que investiga a conduta dos militares nos ataques do dia 8. Esse depoimento ele é inadiável. Pela primeira vez, nós temos um integrante do governo, do alto comando, que estava em poder de decisão, que deveria ter acionado o plano escudo, que deveria ter acionado a Força de Segurança, que estava de prontidão e não acionou. Houve uma sucessão de omissões que levaram a essa ocupação criminosa. Há informações dizendo que esse personagem teria facilitado a chegada de manifestantes inclusive em locais de armamentos. Na quinta-feira, os integrantes da CPMI vão ouvir o sargento Luis Marcos dos Reis, que também atuou na ajudância de ordens de Bolsonaro junto com o tenente-coronel Mauro Cid. Preso desde maio pela suposta fraude no cartão de vacinação do ex-presidente, o militar teria movimentado mais de R$ 3 milhões no período de junho de 2021 a agosto de 2023. Além disso, teria participado dos ataques do dia 8 de Janeiro. Ele já recorreu ao Supremo Tribunal Federal para permanecer em silêncio. Da Rádio Senado, Hérica Christian.  

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