Roberto Campos Neto fala sobre trabalho do Banco Central em busca do controle da inflação — Rádio Senado
Plenário

Roberto Campos Neto fala sobre trabalho do Banco Central em busca do controle da inflação

O Senado recebeu nesta quinta-feira (10) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele falou sobre trabalho do BC em busca do controle da inflação, taxas de juros, futuro do papel moeda e autonomia da instituição. Campos Neto também anunciou que, dentro de 90 dias, a instituição vai apresentar uma solução para dar fim ao chamado crédito rotativo do cartão de crédito. Segundo o presidente do BC, a ideia é que saldos não pagos sejam automaticamente direcionados para o parcelamento, evitando o acúmulo de juros exorbitantes.

10/08/2023, 13h54 - ATUALIZADO EM 10/08/2023, 18h29
Duração de áudio: 03:13
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
O SENADO RECEBEU HOJE O PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, ROBERTO CAMPOS NETO. ELE FALOU SOBRE O TRABALHO DO BC EM BUSCA DO CONTROLE DA INFLAÇÃO, TAXAS DE JUROS, FUTURO DO PAPEL MOEDA E AUTONOMIA DA INSTITUIÇÃO. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, enalteceu a redução de meio ponto percentual da taxa básica de juros na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central. E ressaltou a autonomia do BC aprovada pelo Congresso Nacional em 2021 como importante instrumento para a condução técnica da política monetária. A autonomia do Banco Central é um inegável avanço institucional que coloca nosso país alinhado com a prática seguida nas economias mais desenvolvidas do mundo. Esta autonomia protege o Banco Central de eventuais ingerências e decisões de curto prazo que fogem da lógica de fortalecimento do Estado por pressões do processo eleitoral. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, cumprimentou o voto de Roberto Campos Neto que permitiu a redução de meio ponto percentual, e não zero vírgula 25 ponto, na taxa Selic. E afirmou que apesar de críticas aos juros, a autonomia do Banco Central não está em discussão. E, assim, eu quero aqui, de antemão, destacar uma coisa para V. Exa. que eu tenho dito desde janeiro deste ano: o Governo, em nenhum momento, questiona ou está questionando ou questionará ou encaminhará qualquer debate neste Congresso Nacional sobre a autonomia do Banco Central. A autonomia do Banco Central, da perspectiva do Governo, é uma posição consolidada, e é uma decisão do Congresso Nacional. E não tem nenhum debate em relação a isso. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a autonomia permitiu que a instituição tomasse a decisão de subir os juros mesmo em ano eleitoral e, se fosse para deixar uma mensagem aos senadores, seria a de que o trabalho em termos de pouso suave foi bem feito. O que é o pouso suave? É trazer a inflação para baixo com o mínimo de custo possível. Então, se a gente comparar o que caiu a inflação no Brasil proporcional ao que gerou ou ao que aconteceu no emprego e ao que aconteceu com o crescimento econômico, a gente tem dificuldade de achar um outro país do mundo que tenha conseguido cair a inflação nessa mesma proporção, quase sem alteração no crescimento e com geração de emprego no mesmo período. O senador Angelo Coronel, do PSD da Bahia, quis saber ainda sobre o futuro das cédulas de papel em tempos de moedas digitais e de PIX. Acredito que com o cartão, com o Pix e agora com o Drex, a tendência é reduzir mais ainda essa circulação. Eu pergunto, Presidente Roberto Campos: existe uma projeção para o papel-moeda deixar de circular ou ele jamais deixará de circular? Roberto Campos Neto disse que a digitalização proporciona novos modelos de negócio. Deu o exemplo da confecção de máscaras durante o período de isolamento da pandemia, que conseguiu crescer graças ao pix. Antes, taxas como o DOC tornariam esse tipo de negócio proibitivo. O presidente do BC acredita que o papel moeda tende a diminuir, mas que é difícil prever se as cédulas vão ser extintas. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.

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