Ferroviários pedem atualização das aposentadorias e fortalecimento do transporte ferroviário
Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), representantes dos aposentados e pensionistas ferroviários entregaram documento em que reivindicam a correção da tabela salarial dos ferroviários da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA). O presidente do colegiado, Paulo Paim (PT-RS), vai enviar o documento ao ministérios dos Transportes, do Trabalho, do Planejamento, da Previdência e da Fazenda, requerendo uma reunião com a categoria para construir um entendimento.
Transcrição
OS FERROVIÁRIOS PEDEM ATUALIZAÇÃO DA TABELA DE APOSENTADORIAS E PENSÕES, BEM COMO O FORTALECIMENTO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO NO PAÍS.
AS REINVINDICAÇÕES FORAM APRESENTADAS EM UMA AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES.
Durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa que discutiu direitos dos ferroviários, representantes dos aposentados e pensionistas do setor entregaram um documento em que reivindicam a correção da tabela salarial dos ferroviários da extinta RFFSA, a Rede Ferroviária Federal. O presidente da Associação de Aposentados da instituição, Manoel Costa, também enviará à comissão uma proposta complementar ao documento. Representando a Ordem dos Advogados do Brasil, Tiago Kidrick, que é advogado dos ferroviários há 20 anos, ressaltou que a desatualização da tabela gerou gradual defasagem do poder aquisitivo dos aposentados e pensionistas ferroviários. Ele disse que 14 níveis têm vencimento inferior ao salário mínimo, o que é inconstitucional. O presidente da Associação dos Ferroviários Sulriograndenses, Franklin de Carvalho, emocionado, revelou as dificuldades.
“Vem passando necessidade. A maioria do nível 219 para baixo está passando fome. É uma classe sofrida! Que nos deem a oportunidade de nós revermos esta situação porque chega de sofrimento de pessoas que deram a sua vida toda em prol da ferrovia e do engrandecimento do nosso país e hoje estarem passando fome.”
Ao destacar que os ferroviários pedem socorro há duas décadas, o presidente da Federação Nacional das Associações dos Ferroviários Aposentados e Pensionistas, Etevaldo Santos, defendeu o retorno das ferrovias no Brasil.
“Por que os países de primeiro mundo dão prioridade ao transporte ferroviário tanto de cargas como de passageiros, mas no nosso país era o contrário, nós andávamos na contramão. E eu pergunto aos senhores para os senhores meditarem: Será que aqueles governantes dos países como hoje é caso do Japão, que tem o trem mais rápido do mundo, será que aqueles governantes estão errados e os nossos é que estão certos?
É da mesma opinião, o presidente da comissão, senador Paulo Paim do PT gaúcho.
“Nos países da Europa, de primeiro mundo, você vai de um país a outro de trem. Eu ainda sonho de pegar um trem daqui de Brasília e ir a Minas e de Minas a Goiás, ao Rio Grande do Sul, por que não, se nos outros país isso existe? Que este movimento seja um impulso para que a gente tenha ferrovia em todo o Brasil como tem em todo o mundo.”
Além da atualização da tabela de vencimentos, os ferroviários pedem a transferência da gestão de aposentadorias e pensões para o Ministério dos Transportes, tarefa que hoje está sob a responsabilidade do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos. Representantes das duas pastas vão discutir com a categoria soluções para o problema. A Comissão de Direitos Humanos vai enviar o documento com as reivindicações dos ferroviários aos Ministérios do Trabalho, dos Transportes, do Planejamento, da Previdência e da Fazenda, requerendo uma reunião com a categoria para construir um entendimento, bem como para fortalecer a rede ferroviária do país. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.