Governo e oposição comemoram redução dos juros. Pacheco defende um novo ciclo de cortes da Selic. — Rádio Senado
Economia

Governo e oposição comemoram redução dos juros. Pacheco defende um novo ciclo de cortes da Selic.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, elogiou o Banco Central pela decisão de reduzir em meio ponto percentual a taxa básica de juros para 13,25% ao ano. Ele afirmou que o corte era esperado por toda a sociedade para melhorar a economia. E declarou esperar que esse seja apenas o início de um novo ciclo de quedas da Selic. Apesar do placar apertado, cinco votos favoráveis à redução de 0,50 ponto percentual e quatro por uma de 0,25 ponto percentual, o senador Marcos Rogério (PL-RO) considerou que a decisão do Comitê de Política Monetária foi técnica e não política, a despeito da participação na reunião de dois diretores indicados pelo presidente Lula e da pressão contra o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Já o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que a redução poderia ter sido de um ponto percentual ao citar o controle da inflação, a projeção de crescimento da economia e as avaliações positivas de agências internacionais.

02/08/2023, 21h58 - ATUALIZADO EM 02/08/2023, 21h59
Duração de áudio: 03:15
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Transcrição
SENADORES DO GOVERNO E DA OPOSIÇÃO ELOGIAM DECISÃO DO BANCO CENTRAL DE REDUZIR A TAXA BÁSICA DE JUROS. A CHAMADA SELIC, QUE INFLUENCIA AS COBRANÇAS DO CARTÃO DE CRÉDITO E CHEQUE ESPECIAL, CAIU PARA 13,25% AO ANO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Após três anos de aumentos consecutivos até alcançar o patamar de 13,75% em agosto do ano passado, a taxa básica de juros foi reduzida em 0,50 ponto percentual para 13,25%. A chamada Selic impacta os juros cobrados do cartão de crédito, cheque especial, empréstimos e financiamentos em geral. Apesar do entendimento sobre a necessidade de queda da taxa, a decisão do Comitê de Política Monetária não foi unânime quanto ao percentual do corte. Quatro diretores defenderam uma diminuição de 0,25 ponto percentual. Outros quatro, incluindo os dois indicados pelo presidente Lula: Gabriel Galípolo e Ailton Santos, sustentaram uma redução de 0,50. Coube então ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o voto de desempate a favor do corte maior. Ao elogiar a decisão do BC, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, espera que essa redução se mantenha para melhorar ainda mais a economia. Um clamor muito forte da sociedade e do setor produtivo nacional, e essa iniciativa é uma iniciativa que precisa ser enaltecida pela Presidência do Senado, pelo que cumprimento o Banco Central e seu Presidente, Roberto Campos Neto, e quero crer que seja o início de uma saga de redução da taxa de juros no Brasil, o que é muito propício para o nosso crescimento, a geração de empregos, a geração de riquezas, a geração de arrecadação, a geração de divisas para o nosso país. Na avaliação do senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, no entanto, além de tardia a queda dos juros ainda foi pequena. A expectativa era de que esse corte fosse maior pelo fato de que as condições econômicas do país favoreceriam a que esse corte fosse maior, algo em torno de 0,75 até mesmo um ponto, porque as próprias agências de avaliação de riscos internacionais têm apontado uma situação fortemente favorável ao Brasil nesse ponto de contas públicas e equilíbrio fiscal. Apesar de toda a pressão do governo e de setores da economia, o senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia, avalia que a decisão do Banco Central não foi política mesmo com a indicação de dois novos diretores pelo presidente Lula. Ele considera que a queda dos juros foi técnica ao citar a melhora dos indicadores econômicos. O próprio presidente do Banco Central já vinha sinalizando com essa possibilidade em razão dos indicadores. O cenário mudou e eu acho que é uma decisão do Banco Central. Essa questão de se o melhor seria 0,25 ou meio por cento é uma questão que faz parte de qualquer discussão no âmbito do Banco Central. O que eu espero realmente é que seja uma redução progressiva, que a gente continue tendo um cenário favorável para redução da taxa de juros. O Comitê de Política Monetária do BC justificou que a redução dos juros foi consequência da queda da inflação e sinalizou que novos cortes poderão ser feitos nas próximas três reuniões deste ano. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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