Especialistas criticam itinerários formativos em sexta audiência sobre novo ensino médio — Rádio Senado
Educação

Especialistas criticam itinerários formativos em sexta audiência sobre novo ensino médio

A subcomissão temporária para debater e avaliar as mudanças no ensino médio promoveu uma nova audiência pública a pedido da senadora Teresa Leitão (PT-PE). Debatedores criticaram os itinerários formativos, que são um conjunto de disciplinas que os estudantes podem escolher. Segundo João Victor Baptista, representante do Ministério do Trabalho, o novo ensino médio não pode suprimir disciplinas fundamentais para os alunos.

12/07/2023, 16h48 - ATUALIZADO EM 12/07/2023, 18h03
Duração de áudio: 02:59
gov.br/mec/

Transcrição
SUBCOMISSÃO DO SENADO PROMOVEU O SEXTO DEBATE PARA AVALIAR O ENSINO MÉDIO. PARA CONVIDADOS, ITINERÁRIOS FORMATIVOS AUMENTAM A DESIGUALDADE EDUCACIONAL. REPÓRTER LUIZ FELIPE LIAZIBRA. A Subcomissão Temporária  que avalia o novo Ensino Médio promoveu a sexta audiência pública. Ariovaldo de Camargo, Secretário Nacional de Administração e Finanças da Central Única dos Trabalhadores, criticou a lei e a forma como ela foi implementada pelo governo Temer. Para ele, o novo ensino médio não entregou o que prometeu, afetando o senso crítico dos alunos com a redução da oferta de disciplinas básicas, como português e matemática. Camargo também disse que os itinerários formativos, que são um conjunto de disciplinas que os estudantes podem escolher, aumentaram a distância entre a escola privada e a pública. Ariovaldo -  Esses famosos itinerários formativos eles acabaram sendo aplicados trazendo mais uma vez um distanciamento muito grande entre o que os alunos mais pobres e que estudam na escola pública tem e aquilo que os alunos da rede privada recebem como oferta de educação. Nós não podemos aceitar um processo que distancia ainda mais o fosso que tem entre escola pública e escola privada possa colocar a exclusão. João Victor Baptista, representante do Ministério do Trabalho, também criticou os itinerários formativos e afirmou que o novo ensino médio não pode suprimir disciplinas fundamentais para os alunos. João Victor Baptista - Hoje, nós temos vivemos uma realidade que os itinerários não podem e não podem mesmo suprimir as ciências básicas. Não podem suprimir sociologia, não podem suprimir filosofia, não podem suprimir português e matemática. Porque são as ciências bases que garantem que esse jovem tenha habilidades diferentes para diversos tipos de conhecimento. Ou todas oferecem todos itinerários ou o novo ensino médio ele nasce natimorto porque ele não vai garantir o a educação pra todos. O senador Mauro Carvalho Júnior, do União de Mato Grosso, presidiu a reunião e concordou com os argumentos dos convidados. Para evitar a evasão escolar, ele considera que o interesse dos alunos precisa ser resgatado. Mauro Carvalho Júnior -  Realmente a reformulação do ensino público tem que ser totalmente reavaliada porque a gente tem que entender o porquê que esses jovens perdem o interesse de frequentar as escolas. Então nós estamos deixando de motivar essas pessoas, esses jovens, a frequentar o ensino público. Nós não estamos sabendo motivar esses jovens a permanecer na escola e, o pior de tudo, estamos deixando de preparar brasileiros, jovens brasileiros, para o mercado de trabalho, para ele ter a sua dignidade. A reforma do ensino médio foi sancionada em 2017 na gestão do ex-presidente Michel Temer, mas devido a problemas na execução, foi aberta uma consulta pública pelo Ministério da Educação, que recebeu mais de 150 mil contribuições de estudantes, professores e gestores de escolas. Sob a supervisão de Rodrigo Resende, da Rádio Senado, Luiz Felipe Liazibra. 

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