Audiência ouve apelo por mais cursos técnicos e profissionalizantes e maior parceria entre escolas públicas e empresas privadas
Audiência conjunta das Comissões de Educação (CE) e de Direitos Humanos (CDH) debateu a ampliação da oferta de cursos técnicos e profissionalizantes no Brasil. Os participantes destacaram a importância da atualização tecnológica dos cursos e da maior parceria entre escolas públicas e empresas privadas. Isso daria maiores oportunidades em um país com apenas 2 milhões e 700 mil alunos no ensino técnico e cerca de 12 milhões e meio de jovens que não estão matriculados e nem trabalham, um fenômeno que ficou conhecido como “nem-nem”.
Transcrição
AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO DEBATEU A AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE CURSOS TÉCNICOS E PROFISSIONALIZANTES NO BRASIL.
OS PARTICIPANTES DESTACARAM A IMPORTÂNCIA DA ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA DOS CURSOS E DE MAIS PARCERIA ENTRE ESCOLAS PÚBLICAS E EMPRESAS PRIVADAS. REPÓRTER FLORIANO FILHO.
O atual Mapa do Trabalho Industrial feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, SENAI, indicou que o Brasil precisaria qualificar 10,5 milhões de trabalhadores nos níveis superior, técnico, qualificação profissional e aperfeiçoamento entre 2019 e 2023. Na época em que foi produzido, as áreas de maior demanda foram metalmecânica, construção civil, logística e transporte. No caso da educação profissional, o foco é o desenvolvimento de competências técnicas para atender ao mercado de trabalho. Os cursos são para jovens ou adultos, independentemente da escolaridade. Os alunos que estejam cursando ou tenham concluído o ensino podem escolher cursos técnicos profissionalizantes. Bastante valorizados em economias avançadas, eles são uma opção aos cursos de nível superior. É o caso da Alemanha, por exemplo. Enquanto por lá entre 40 e 50% dos jovens optam por um curso técnico, apenas 8% dos estudantes brasileiros seguem esse caminho. As comissões de Direitos Humanos e de Educação do Senado promoveram uma audiência conjunta para debater a ampliação da oferta de cursos técnicos e profissionalizantes no Brasil. Cleunice Matos Rehem, consultora independente para assuntos da educação, participou do debate. Ela é diretora da Brasiltec, uma associação de instituições que oferecem educação profissional e tecnológica, e destacou as grandes vantagens desse tipo de ensino.
Para a autonomia, para a melhoria da qualidade de vida pessoal e familiar, e a produtividade e competitividade da economia nacional, e de qualquer país, obviamente.
Magno Rogerio Carvalho Lavigne, do Ministério do Trabalho e Emprego, disse que o ensino profissionalizante continua sendo fundamental, mas precisa ser adaptado às novas circunstâncias tecnológicas e às demandas contemporâneas, inclusive nos cursos de Formação Inicial e Continuada oferecidos por Institutos Federais.
O emprego, como ele foi-nos apresentado no passado, ele não existe. Porque você não pode pressionar todo o trabalho de qualificação profissional, técnica, pré-técnica, os cursos FIC, a que eles tenham como parâmetro único a empregabilidade no modo formal que nós conhecemos antigamente.
O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, lembrou que ele próprio começou sua carreira profissional após ter passado por um curso profissionalizante e defendeu maior integração das empresas no processo de aprendizagem profissional.
Eu entendo que o curso técnico é fundamental para a formação da nossa juventude. Acho que tem que haver aí uma parceria público-privada e incentivo muito as empresas que já têm ensino técnico dentro das empresas.
O Brasil possui cerca de 2 milhões e 700 mil alunos no ensino técnico. Cerca de 12 milhões e meio de jovens no país não estão matriculados em nenuma escola e nem trabalham, um fenômeno que ficou conhecido como “nem-nem”. Da Rádio Senado, Floriano Filho