Audiência sobre transtorno do espectro autista traz esclarecimentos e cobrança por direitos — Rádio Senado
Comissões

Audiência sobre transtorno do espectro autista traz esclarecimentos e cobrança por direitos

O Dia Mundial do Orgulho Autista, celebrado no último dia 18 de junho, e a conscientização da sociedade sobre o transtorno do espectro autista (TEA) motivaram audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa (CDH) solicitada pelo senador Flávio Arns (PSB-PR). Esclarecimentos sobre o tema e pedidos para efetivação de direitos previstos na lei 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, foram destaques da reunião.

22/06/2023, 19h02 - ATUALIZADO EM 22/06/2023, 19h02
Duração de áudio: 02:57
istockphoto.com

Transcrição
CONVIDADOS DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO ESCLARECEM ASPECTOS RELACIONADOS AO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA. COBRANÇAS PELA EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS PREVISTOS NA LEI SOBRE O TEMA TAMBÉM FORAM DESTAQUE. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. Uma audiência pública para conscientizar a sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista foi realizada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado. O Dia Mundial do Orgulho Autista foi celebrado no último dia 18 de junho e o senador Flávio Arns, do PSB do Paraná, ressaltou que a legislação atual sobre o assunto, de 2012, contempla necessidades como acesso a medicamentos, terapias complementares e programas assistenciais, mas os direitos previstos precisam se tornar realidade. Arns - De fato a legislação, no geral, já atende esses aspectos todos. O importante é tirar os direitos do papel e passá-los para a vida diária, pro cotidiano das pessoas, das famílias, dos profissionais. Diretor-presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil, que atua desde 2005, Edílson Barbosa apontou a oportunidade de prestar esclarecimentos que a sociedade precisa ter sobre o tema. Edilson - Esses debates são importantes pra despertar nas pessoas como você deve se comportar numa eventual crise. É dizer pra mãe que vai passar, acalentar, é olhar aquela criança ou aquele adolescente e dizer: estamos juntos! Alguma coisa o desorganizou sensorialmente. Então a sociedade precisa entender o autismo. O autista é considerada uma pessoa com deficiência para efeitos legais. A deficiência não é visível e nós queremos que a população entenda: quando um autista, mesmo nível 1, estiver numa fila de prioridade, ele tem direito. A presidente da Associação Brasileira de Neurodiversidade e do Coletivo Autistas Adultos Brasil, Ana Lecticia Rezende, explicou as dificuldades enfrentadas por pessoas como ela no Brasil e agradeceu a posição do senador Flávio Arns de defender que autistas adultos falem por si mesmos. Ela criticou o que classificou de olhar capacitista da sociedade. Ana - É difícil o autista adulto conseguir ter voz porque a grande maioria ainda acha que o autista adulto não é capaz de concatenar pensamento porque obrigatoriamente tem deficiência intelectual. Mesmo que o autista tenha, não mede inteligência. Deficiência intelectual é uma coisa, cognição é outra. Todo autista é capaz de ter discurso. O dia do orgulho autista foi criado para os adultos, para que o adulto seja visto porque se ele não é visto a regressão vai ocorrer e vai ter uma demência acelerada. Durante a audiência os convidados também mencionaram a necessidade de reduzir a carga horária na Consolidação das Leis do Trabalho para mães responsáveis por crianças autistas. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

Ao vivo
00:0000:00