Manejo sustentável e extração ilegal de madeira na Amazônia são temas de debate em comissão do Senado — Rádio Senado
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Manejo sustentável e extração ilegal de madeira na Amazônia são temas de debate em comissão do Senado

A demora na aprovação de planos de manejo sustentável agrava a extração ilegal de madeira na Amazônia. A opinião é de senadores que participaram de audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. O problema é agravado pela radicalização de movimentos que prejudica comunidades que querem desenvolver atividades econômicas em suas terras. 

21/06/2023, 19h23 - ATUALIZADO EM 22/06/2023, 09h02
Duração de áudio: 03:24
rondonia.ro.gov.br

Transcrição
A DEMORA NA APROVAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO SUSTENTÁVEL AGRAVA A EXTRAÇÃO ILEGAL DE MADEIRA NA AMAZÔNIA. A OPINIÃO É DE SENADORES QUE PARTICIPARAM DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA DO SENADO. REPÓRTER FLORIANO FILHO. Mais da metade da madeira explorada ilegalmente na Amazônia entre meados de 2020 e de 2021 ficou concentrada em cem imóveis rurais. Os dados são de um relatório produzido pela organização não governamental Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira. O estudo mapeou, por meio de imagens de satélite, quase 380 mil hectares de florestas nativas nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima. A exploração ilegal da madeira na região amazônia acaba tirando a competitividade da madeira produzida legalmente no Brasil. Como resultado, apesar do país ter uma das maiores florestas do mundo, a participação do Brasil no mercado madeireiro internacional é bastante reduzido. Ainda mais porque os controles internacionais contra a exploração ilegal de madeira estão cada vez mais rígidos. A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária realizou uma audiência pública para discutir o manejo florestal na Amazônia. Lívia Martins, representando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, citou uma série de irregularidades e ilícitos associados com a extração ilegal de madeira na Amazônia que prejudicam o empresário que desenvolve as atividades madeireiras dentro da lei.  Trabalho degradante, exploração da pobreza, empresas fantasmas envolvidas, documentos fraudados. Então tem uma gama de ilíticitos ambientais e outros ilícitos correlatos também que não podem estar associados à cadeia produtiva de base legal.  O senador Jayme Campos, do União de Mato Grosso, um dos estados com os maiores índices de extração ilegal de madeira, reconheceu que há problemas, mas reclamou do sistema existente no país que, segundo ele, é lento e burocrático, e não entrega o que as comunidades da Amazônia precisam. O governo também tem que ser mais célere nas suas ações, haja vista que disseram aqui que nós temos capacidade de concessionar mais ou menos quase 20 milhões de hectares de terra para fazer manejo sustentável para preservação, naturalmente. E, não anda. Travado nas quatro. Este é o grande mal do Brasil. Dá a sensação muitas vezes que o próprio governo é contra o governo. A senadora Tereza Cristina, do PP de Mato Grosso do Sul, acrescentou que a demora e a burocracia por parte do poder público na aprovação de planos para o manejo sustentável são ainda mais afetadas , segundo ela, por movimentos radicais que prejudicam comunidades que querem desenvolver atividades econômicas em suas terras.  Hoje nós temos aí um fundamentalismo que tem atrapalhado muito. Demonizam as atividades produtivas no meio rural, o que contribui para a criação de um ambiente institucional que dificulta demasiadamente a aprovação dos planos de manejo florestal, especialmente para aqueles produtores familiares e associações comunitárias, que não têm condições de contratar assessorias especializadas para elaboração dos planos. Estudos da Embrapa apontam que o manejo florestal por espécie de madeira é a forma mais eficiente de exploração sustentável da Amazônia. Da Rádio Senado, Floriano Filho.

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